Captação de empresas no mercado de capitais brasileiro encolhe 3,5% até setembro, diz Anbima

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A captação de companhias no mercado de capitais do Brasil somou R$ 528,5 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, queda de 3,5% em relação ao mesmo intervalo de 2024, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta segunda-feira (20).

A renda fixa respondeu por 92,20% das emissões em 2025. Setembro, com R$ 74,9 bilhões, foi o segundo melhor mês do ano, atrás apenas de junho, que registrou R$ 82,6 bilhões.

Renda fixa, variável e híbridos

No acumulado do ano, as emissões de renda fixa ficaram praticamente estáveis, avançando 0,3%. Já a renda variável recuou 80,73%, enquanto as captações por instrumentos híbridos diminuíram 7,9%.

“Começamos o ano com o desafio de manter os volumes de 2024 em renda fixa; alcançar um patamar ainda maior mostra maturidade e indica uma mudança estrutural”, afirmou César Mindof, diretor da Anbima.

Debêntures mantêm liderança

As debêntures seguem como principal fonte de recursos, com R$ 317,59 bilhões captados até setembro, leve avanço de 0,63% ante o mesmo período anterior. As debêntures incentivadas atingiram participação recorde de 36% do total emitido via esse instrumento, ante 13% de janeiro a setembro de 2019.

O setor de energia elétrica liderou a emissão de debêntures, com R$ 78 bilhões, seguido por transporte e logística (R$ 55,8 bilhões), setor financeiro (R$ 40,7 bilhões) e saneamento (R$ 27,4 bilhões).

Mercado secundário em expansão

O volume negociado no mercado secundário de debêntures cresceu 22,7% nos nove primeiros meses do ano. Em 2019, as negociações secundárias equivaleram a 53% das emissões primárias; hoje esse percentual atingiu 205%. “A força do secundário mostra que estamos no caminho certo e que o mercado continuará amadurecendo”, disse Mindof.

FIDCs e Notas Comerciais ganham espaço

Dois outros instrumentos chamaram atenção em 2025. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) captaram R$ 61,14 bilhões de janeiro a setembro, alta de 16,8% sobre 2024 e de 148% frente ao mesmo período de 2023.

As emissões de Notas Comerciais avançaram 13,50% desde o ano passado, alcançando R$ 39,26 bilhões. Segundo Mindof, o crescimento desses instrumentos indica maior democratização do mercado, pois costumam ser utilizados por empresas menores em suas primeiras captações.

Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, acrescentou que os FIDCs apresentam o menor volume médio por operação, reforçando o papel de porta de entrada ao mercado.

Emissões no exterior

As captações de empresas brasileiras no exterior totalizaram R$ 29,2 bilhões entre janeiro e dezembro, alta de 65,9% em relação ao ano passado e o maior patamar desde 2014. O montante já supera em 45% o registrado em todo o ano de 2024. “Com a diminuição da preocupação global com juros e inflação, os emissores mantiveram o acesso ao mercado internacional”, observou Maranhão.

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