Os fundos imobiliários (FIIs) voltaram ao centro das estratégias de quem pretende receber proventos recorrentes. A movimentação ocorre em meio à expectativa de queda da Selic em 2026 e à retomada gradual do mercado de locação.
De acordo com Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico, os fundos de “papel”, lastreados em títulos como CRIs, mostraram maior resiliência ao longo do ciclo de juros altos, enquanto os fundos de “tijolo” voltam a ganhar atratividade com o reaquecimento das locações. “Mais do que procurar quem paga mais, é essencial entender o momento econômico e as perspectivas futuras para identificar boas oportunidades”, afirma.
Segundo a analista, não há resposta definitiva para apontar se FIIs ou ações pagam mais dividendos, pois a rentabilidade depende do ciclo econômico, do segmento e da política de distribuição de cada ativo. A principal diferença, destaca, está na previsibilidade dos fundos imobiliários.
Por lei, os FIIs precisam distribuir no mínimo 95% do lucro apurado pelo regime de caixa em bases semestrais. Na prática, a maior parte dos fundos prefere realizar repasses mensalmente, garantindo regularidade ao cotista. Empresas listadas em bolsa, por sua vez, têm liberdade para definir valores e periodicidade de acordo com seu estatuto e resultados.
Para ter direito ao dividendo, o investidor deve possuir cotas até a data-base (ou data-com) estipulada pelo fundo. A partir da data-ex, as cotas passam a negociar sem o direito ao provento. Exemplo: se a data-base for 20 de outubro de 2025, quem comprar cotas até esse dia receberá o pagamento; aquisições feitas em 21 de outubro participarão apenas do ciclo seguinte.
Para pessoas físicas, os rendimentos distribuídos por FIIs são isentos de Imposto de Renda quando:
Imagem: Pexels. via infomoney.com.br
O ganho de capital na venda das cotas segue sujeito à alíquota de 20% de IR.
Para identificar fundos com dividendos sustentáveis, Maria Giulia recomenda:
A especialista lembra que o histórico de pagamentos deve ser observado em conjunto com fundamentos. “Não basta olhar apenas o último rendimento; é preciso conferir se o fluxo é consistente”, diz.
Ferramentas de comparação, como planilhas que reúnem dados dos FIIs listados na B3, podem ajudar o investidor a acompanhar os rendimentos e montar carteiras focadas em renda passiva.