São Paulo, 1º de agosto de 2025 – Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) despencaram 6,85% nesta sexta-feira, fechando a R$ 18,39, depois de perderem quase 7% em poucos minutos por volta das 15h30.
O recuo apagou cerca de R$ 7,7 bilhões do valor de mercado da instituição, que terminou o pregão avaliada em R$ 104,75 bilhões. O nível é o mais baixo desde 16 de janeiro de 2023, quando o banco valia R$ 101,6 bilhões.
Segundo analistas ouvidos, a queda foi desencadeada pela divulgação dos balancetes mensais do Banco Central utilizados como termômetro para estimativas de lucro.
Os dados mostram que o Banco do Brasil registrou lucro de R$ 500 milhões em maio, muito abaixo dos R$ 1,7 bilhão de abril — um tombo de 70% no mês e de 85% na comparação anual.
Com base nesses números, analistas estimam lucro de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões no segundo trimestre, bem abaixo dos R$ 6 bilhões projetados pelo consenso da Bloomberg.
O Safra apontou lucro líquido acumulado no trimestre de R$ 2,3 bilhões e prevê resultado entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões, abaixo da própria estimativa de R$ 4,6 bilhões e do mercado.
A Ativa estima que o balanço trimestral continuará refletindo aumento de inadimplência em segmentos do agronegócio.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
Mais cedo, o BTG Pactual cortou suas projeções para o banco, reduziu o preço-alvo de R$ 30 para R$ 24 e reiterou recomendação neutra para BBAS3.
A possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito da Lei Magnitsky, gerou especulações sobre impactos em bancos brasileiros. Analistas, porém, afirmaram não ver relação direta entre o tema e a queda das ações do Banco do Brasil. Para a Ativa, o episódio adiciona apenas mais incerteza ao papel.
O Banco do Brasil divulgará o resultado do segundo trimestre nas próximas semanas.
Com informações de Money Times