Ações ligadas a stablecoins despencam em Hong Kong com início de novo regime regulatório

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Empresas listadas em Hong Kong associadas a emissão, custódia ou negociação de stablecoins encerraram a sessão de sexta-feira, 17 de maio, com perdas de dois dígitos, primeiro pregão após a entrada em vigor do período de transição de seis meses para o novo marco regulatório do setor.

Segundo dados do Google Finance, a Bright Smart Securities & Commodities Group recuou quase 20% no dia. A Yunfeng Financial Group cedeu mais de 16%, enquanto a Guotai Junan International Holdings caiu 11% e a OSL Group perdeu 10,5%.

Queda acompanha enfraquecimento do mercado

O movimento ocorre em meio a um recuo mais amplo das bolsas locais. O índice Hang Seng fechou em baixa superior a 1%; o Hang Seng SmallCap cedeu 1,54%; e o Hang Seng Tech recuou 1,02%.

Especialistas apontam “correção saudável”

Para Allen Huang, pesquisador sênior de políticas de stablecoins na Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, a retração sinaliza correção de excesso especulativo que havia se espalhado para o mercado de ações.

Xu Han, diretor do Liquid Fund da bolsa licenciada HashKey Group, avalia que as novas exigências — reserva integral 1:1, resgate em um dia e capital mínimo de 25 milhões de dólares de Hong Kong (US$ 3,18 milhões) — foram desenhadas para reforçar estabilidade sistêmica. “O ajuste afasta especuladores de curto prazo e fortalece quem tem fundamentos”, disse.

Niko Demchuk, chefe de compliance da AMLBot, acrescentou que altos custos de licenciamento e dificuldades para empresas menores também pressionam os preços, mas ajudam no “recalibrar” do mercado. Shukyee Ma, diretor-estratégico da Plume, classificou a queda como realização de lucros diante de maior clareza regulatória.

Consolidação à vista

Huang acredita que parte das instituições desistirá de ingressar no segmento, favorecendo quem obtiver as primeiras licenças, por efeito de escala e rede. Ma prevê que companhias de menor porte ou motivadas por especulação devem pausar projetos ou migrar para outras jurisdições, enquanto grupos com mais capital absorverão os custos de conformidade.

Imagem: Trader Iniciante 2 (16)

Demchuk espera que o processo direcione recursos para poucos emissores, com bancos priorizando parcerias com os primeiros licenciados.

Disputa com stablecoins atreladas ao dólar

No curto prazo, Huang considera improvável que stablecoins lastreadas no dólar de Hong Kong alcancem volumes semelhantes aos pares em dólar americano. Mesmo assim, Ma destaca o peso da China no comércio exterior e vê espaço para que essas moedas se tornem opção de liquidação internacional. Demchuk afirma que, embora o ambiente regulatório de Hong Kong possa favorecer uso em pagamentos transfronteiriços e finanças descentralizadas, ganhos de volume significativos devem ficar para depois de 2027.

O período de transição prevê ainda tornar crime a promoção de stablecoins sem licença na região.

Com informações de Cointelegraph