Ambipar recorre à Justiça e pede recuperação judicial no Rio de Janeiro

Mercado Financeiro6 minutos atrás6 pontos de vista

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São Paulo – A Ambipar ingressou nesta segunda-feira (20) com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, movimento que já era considerado inevitável por analistas depois do agravamento da crise financeira da companhia.

Em 26 de setembro, a mesma vara havia concedido medida cautelar que suspendeu cobranças e execuções por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Se a recuperação for aceita, a empresa ganha proteção contra a execução imediata de dívidas e tempo para apresentar um plano de pagamento. Ao acionar o Judiciário, a Ambipar informou que o risco de perdas ultrapassa R$ 10 bilhões em razão de antecipação e cruzamento de débitos.

Caminhos alternativos rejeitados

O BR Partners, contratado para negociar com credores, defendia solução extrajudicial, mas a proposta foi superada. O escritório Galdino e Salomão, que representa a Ambipar, insistiu na contratação da consultoria de reestruturação Alvarez & Marsal, reforçando a estratégia de levar o caso aos tribunais.

Origem da crise

A turbulência começou em setembro, quando os green bonds da companhia perderam valor e dispararam cobranças do Deutsche Bank. A pressão se espalhou para outros financiadores, entre eles Santander, Itaú, Bradesco, Banco ABC, Banco do Brasil e Sumitomo Mitsui. Estimativas internas apontam que o grupo teria a receber cerca de R$ 2 bilhões.

Em comunicado, a Ambipar atribuiu o problema a “irregularidades na contratação de operações de swap” pela diretoria financeira e à saída repentina do então CFO. A empresa sustenta que o ex-executivo João Daniel Piran de Arruda transferiu contratos do Bank of America para o Deutsche Bank sem aval do conselho, resultando em perdas e gatilhos de vencimento antecipado. A defesa de Arruda nega a acusação e afirma haver mensagens do controlador Tércio Borlenghi Júnior celebrando o aditivo com o banco alemão.

Disputa jurídica ampliada

O caso mobiliza alguns dos maiores escritórios do país. Pinheiro Neto representa o Deutsche Bank; SOB Advogados, Itaú e Sumitomo Mitsui; Machado Meyer e Warde, o Bradesco; Demarest, o Santander. Parte dos detentores de títulos contratou Padis Mattar e Davis Polk.

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Imagem: redir.folha.com.br

Negociadores relatam que o Itaú adotou postura mais rígida antes do pedido de recuperação e demonstrou desconforto com a escolha do foro no Rio, já que a sede da companhia fica em São Paulo. O banco avalia contestar a competência para evitar que o expediente se consolide em outras disputas.

Perfil da empresa

Fundada em 1995, a Ambipar atua em soluções ambientais, está presente em 41 países e emprega mais de 20 mil pessoas. O faturamento em 2024 foi de R$ 6,4 bilhões, em projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental.

No comunicado de hoje, a companhia afirma que a recuperação tem o objetivo de “preservar as atividades do Grupo Ambipar, garantindo a continuidade das operações, manutenção de empregos, contratos e serviços, além de tratamento equitativo aos credores”.

Paralelamente, a Ambipar Emergency Response, subsidiária sediada nas Ilhas Cayman, solicitou adesão ao Chapter 11 nos Estados Unidos, processo equivalente à recuperação judicial brasileira.

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