Depois de o Ibovespa acumular alta superior a 15% nos seis primeiros meses de 2025, a correção observada nas últimas semanas, motivada pelo anúncio de tarifas de 50% do ex-presidente norte-americano Donald Trump, abriu espaço para novas oportunidades, na avaliação de especialistas.
O tema foi debatido em painel durante o dia exclusivo para parceiros da Expert XP 2025. Participaram Alex Carvalho, analista da XP responsável por uma das maiores salas de trader do País; Raphael Figueredo, o Rafi, estrategista de ações do Research da XP; e Guilherme Jeres, analista CNPI da Nelogica. A mediação ficou a cargo de Rodrigo Petry, do InfoMoney.
Rafi classificou o comportamento do dólar no primeiro semestre como “surpreendente”, já que se esperava valorização da moeda norte-americana. A queda do câmbio ajudou a aliviar a inflação doméstica e melhorou as expectativas para a trajetória de juros, fatores que contribuíram para a performance da Bolsa.
Para Alex Carvalho, a combinação de câmbio favorável e perspectivas de juros mais baixos torna o momento singular para quem pretende ingressar no mercado de ações. O analista ressaltou a importância de diversificação e lembrou que, após o choque da pandemia, quem entrou na Bolsa viu forte recuperação dos preços.
Segundo Guilherme Jeres, métrica como preço sobre lucro indica que o Ibovespa continua barato. “É uma das melhores janelas para tomar Bolsa”, afirmou. Rafi acrescentou que, do ponto de vista do investidor estrangeiro, o Brasil é um play tático, ainda negociando com descontos relevantes.
Jeres apontou que os segmentos financeiro e elétrico são os únicos do índice sem descontos expressivos, por atuarem como defensivos em cenários de inflação. Já a recuperação do minério de ferro pode sustentar empresas como Vale, enquanto outras commodities, como petróleo, dependem de condições macro mais favoráveis.
Imagem: infomoney.com.br
Os analistas defenderam análise individual de ações, independentemente do setor. Carvalho citou a volatilidade recente de Azul (AZUL4) como exemplo de necessidade de cautela. Para Rafi, alavancagem menor e possível queda adicional dos juros podem destravar valor das companhias.
Os especialistas reforçaram a importância de alinhar o apetite de risco do investidor às características de cada ativo. “No curto prazo o mercado é irracional; no longo, é racional – mas o longo prazo é uma sequência de curtos prazos”, resumiu Jeres.
Com a correção recente dos preços, o consenso dos participantes é que o número de oportunidades supera os riscos no momento atual.
Com informações de InfoMoney