Todos os 21 estrategistas consultados pela Bloomberg News preveem nova valorização do índice S&P 500 em 2026, o que pode resultar no quarto ano seguido de avanço do mercado acionário norte-americano — a sequência mais longa desde antes da crise financeira global.
A projeção média do grupo aponta para alta de 9% no próximo ano, sem qualquer estimativa de queda. Desde o piso registrado em outubro de 2022, o S&P 500 já subiu cerca de 90%.
Ed Yardeni, veterano otimista, calcula que o indicador pode encerrar 2026 em 7.700 pontos, 11% acima do nível de sexta-feira passada. “O pessimismo está fora de moda agora”, comentou, embora admita preocupação com a ausência de visões contrárias.
No início de 2025, o índice chegou a recuar quase 20% diante da combinação entre a disputa comercial do presidente Donald Trump e o desafio da DeepSeek às empresas de inteligência artificial dos EUA. Mesmo assim, as cotações recuperaram-se rapidamente, e os estrategistas voltaram a elevar suas metas.
Entre os fatores de incerteza listados pelos analistas estão:
Christopher Harvey, que deixou a Wells Fargo para a CIBC Capital Markets, manteve a convicção durante a turbulência deste ano e acertou ao projetar o S&P 500 em 7.007 pontos. Para 2026, ele espera 7.450 pontos, alta de 8%.
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O JPMorgan, após ter previsto queda de 12% para 2025 durante o auge da volatilidade de abril, agora estima o índice em 7.500 pontos no fim de 2026, embasado em lucros robustos e juros mais baixos. Segundo Mislav Matejka, chefe de estratégia de ações globais do banco, o otimismo também decorre de crescimento resiliente e inflação em desaceleração.
No Bank of America, Savita Subramanian vê o S&P 500 a 7.100 pontos, citando avaliações elevadas. Ela calcula cenário de baixa com recuo de 20% em caso de recessão, mas admite possível avanço de 25% se os lucros surpreenderem positivamente.
A economia dos EUA cresceu no terceiro trimestre no ritmo mais forte em dois anos, impulsionada por consumo e investimentos empresariais. Projeções apontam novo crescimento de dois dígitos nos lucros corporativos. Manish Kabra, do Société Générale, destaca o fortalecimento de resultados além do setor de tecnologia e os estímulos esperados com cortes de juros do Fed e reduções de impostos aprovadas pelo governo.
Se as previsões se confirmarem, será a primeira vez desde a década de 1990 que o S&P 500 registra quatro anos consecutivos de retornos de dois dígitos.