Assessor do Tesouro dos EUA vê temor de alta inflacionária por tarifas como infundado

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Um integrante da equipe econômica do ex-presidente Donald Trump afirmou que os dados mais recentes de inflação nos Estados Unidos mostram ausência de efeito relevante das tarifas sobre os preços ao consumidor, contrariando previsões de Wall Street.

A declaração foi feita por Joe Lavorgna, conselheiro do secretário do Tesouro, Scott Bessent, logo após a divulgação, nesta terça-feira (data do comunicado), do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho pelo Bureau of Labor Statistics.

Dados do CPI

• O CPI cheio avançou 0,2% no mês e 2,7% em 12 meses, abaixo da estimativa de 2,8% de economistas consultados pela LSEG.
• O núcleo do índice, que exclui energia e alimentos, subiu 0,3% sobre junho e 3,1% em relação a julho do ano anterior, ligeiramente acima da projeção de 3%.

Defesa da política tarifária

Lavorgna alegou que os números indicam inexistência de impacto inflacionário ligado às tarifas. Segundo ele, a reação dos mercados lembra “esperar por Godot”, referência à peça de Samuel Beckett sobre uma expectativa que nunca se concretiza.

O conselheiro citou o setor automobilístico — considerado o mais sensível a tarifas pela cadeia global de suprimentos — e disse que os preços dos veículos caíram 1,3% desde o anúncio das medidas.

Evolução recente da inflação

A inflação começou 2025 em 3%, recuou para 2,3% em março — menor nível desde o início de 2021 — e voltou a subir, atingindo 2,7% em julho.

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Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Crítica a relatórios do mercado

O assessor contestou estudo do Goldman Sachs que aponta que exportadores estrangeiros absorveram apenas 14% do custo das tarifas, enquanto empresas norte-americanas suportaram 64% e consumidores, 22%. A projeção do banco é de que, com o tempo, a fatia do consumidor suba para 67%.

Para Lavorgna, a arrecadação tarifária “no topo das expectativas” indica que os encargos estão sendo repassados principalmente aos exportadores. Ele acrescentou que a ausência de impacto apareceria nos lucros corporativos ou no mercado acionário, o que não ocorreu, em sua avaliação.

Expectativas para o fim do ano

Diversas casas de análise preveem inflação de 3% ou mais até dezembro, cenário que poderia dificultar cortes de juros pelo Federal Reserve. Questionado sobre essa possibilidade, Lavorgna afirmou que considera o resultado improvável, comparando-o a “ganhar um teste para jogar no New York Yankees”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, tem dito que ainda não está claro se as tarifas gerarão um aumento pontual ou pressões inflacionárias persistentes.

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