Um ataque cibernético à empresa de software Sinqia, responsável por integrar instituições financeiras ao Pix, resultou no desvio confirmado de aproximadamente R$ 420 milhões. Segundo informações obtidas no setor, foram subtraídos cerca de R$ 380 milhões do HSBC e R$ 40 milhões da fintech Artta.
De acordo com técnicos familiarizados com a investigação, o grupo criminoso pretendia retirar até R$ 1 bilhão, mas teve a ação interrompida quando a Sinqia desconectou seus sistemas, limitando o roubo ao montante já confirmado.
O episódio ocorre pouco tempo depois de um incidente semelhante envolvendo a C&M Software, outra prestadora de serviços bancários. Em junho, essa empresa foi alvo de hackers que desviaram aproximadamente R$ 800 milhões de contas-reserva do Banco Central.
A reincidência levou o Banco Central a emitir, em 17 de agosto, um alerta privado a gestores financeiros. O comunicado recomendava “reforçar o monitoramento de transações, principalmente no período noturno” e aumentar níveis de autenticação e vigilância.
Imagem: redir.folha.com.br
A Sinqia exerce duas atividades consideradas vitais: a integração de bancos e fintechs ao Pix, que foi o ponto atacado, e o fornecimento de sistemas de core banking para algumas instituições. Até o momento, não há indicação de que essa segunda camada — responsável por operações diretas nas contas dos clientes — tenha sido comprometida.
Autoridades e empresas afetadas não divulgaram, até a publicação desta matéria, detalhes sobre possíveis recuperações de valores nem prazos para a normalização completa dos serviços.