Zurique, Suíça – Empréstimos lastreados em criptomoedas tendem a oferecer termos mais favoráveis quando a garantia é mantida diretamente na blockchain, afirmou Fabian Dori, diretor de investimentos do banco de ativos digitais Sygnum.
Segundo o executivo, tokens como Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) armazenados on-chain dão aos credores a possibilidade de executar chamadas de margem a qualquer hora, o que aumenta a liquidez da operação e permite oferecer índices de empréstimo sobre o valor da garantia (loan-to-value, LTV) mais altos.
“É preferível ter os tokens diretos como colateral, porque a liquidação pode ser feita 24 horas por dia, sete dias por semana. Tentar executar uma chamada de margem sobre um ETF na sexta-feira à meia-noite, com o mercado fechado, é bem mais difícil”, afirmou Dori.
Em operações cripto, o LTV representa a relação entre o valor emprestado e o montante da garantia depositada. Um LTV elevado permite ao tomador obter mais crédito com a mesma quantidade de ativos, enquanto um LTV baixo libera quantia menor.
O volume de empréstimos garantidos por cripto despencou durante o mercado baixista de 2022, quando várias plataformas especializadas quebraram. Entretanto, Dori avalia que o segmento volta a crescer à medida que a adoção de ativos digitais se amplia.
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O movimento ocorre também entre instituições financeiras tradicionais. A Figure Technology, focada em crédito com garantia em cripto, estreou na bolsa tecnológica Nasdaq na quinta-feira, com alta superior a 24% nas negociações intradiárias e valor de mercado acima de US$ 6,8 bilhões, de acordo com dados do Yahoo Finance.
Já o JPMorgan estuda oferecer empréstimos lastreados em criptomoedas a partir de 2026, caso avance com o projeto.
Para Dori, a combinação de maior liquidez on-chain e o interesse crescente de bancos tradicionais deve consolidar os empréstimos cripto como opção de financiamento nos próximos anos.