Avanço da IA pode gerar escassez de trabalhadores qualificados, aponta colunista da Bloomberg

Mercado Financeiro2 horas atrás11 pontos de vista

A rápida popularização da inteligência artificial (IA) deve provocar falta de mão de obra capacitada, e não necessariamente demissões em massa, segundo a economista Allison Schrager, colunista da Bloomberg. A análise foi publicada em artigo de opinião nesta segunda-feira (data original não informada pela autora).

Por que o déficit deve ocorrer

Schrager sustenta que, embora a IA possa automatizar funções, ela só entrega seu potencial máximo quando combinada a contribuições humanas capazes de interpretar resultados, identificar limitações dos dados e buscar soluções além das respostas “médias” geradas por modelos de linguagem.

Dificuldades na formação acadêmica

A colunista relata conversa com a diretora de um curso de ciência da computação em uma grande universidade norte-americana. De acordo com a professora, muitos alunos chegam ao ensino superior sem a base matemática necessária para trabalhar com IA.

O problema não se limita aos cursos de exatas. Schrager aponta um enfraquecimento geral nos padrões de matemática e leitura, inclusive em instituições de ponta como Harvard, que passou a oferecer aulas de reforço em cálculo a parte dos calouros.

Risco de ciclo vicioso

Avanço da IA pode gerar escassez de trabalhadores qualificados, aponta colunista da Bloomberg - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Na avaliação da economista, universidades ainda não sabem como preparar estudantes para um mercado em que tarefas de entrada são automatizadas e exigências analíticas aumentam. Se a formação continuar insuficiente, recém-formados poderão ter dificuldade de emprego, enquanto empresas enfrentarão falta de profissionais capazes de aplicar a nova tecnologia.

Impacto das políticas de imigração

Schrager também aponta a imigração como fator crítico. Muitos estrangeiros que estudam nos Estados Unidos apresentam desempenho quantitativo superior, mas um sistema migratório “quebrado” dificulta a retenção desses talentos. Segundo a autora, mesmo o presidente, historicamente cauteloso em relação ao tema, reconhece a necessidade de atrair mais profissionais qualificados do exterior — medida que depende de aprovação bipartidária no Congresso, considerada improvável no curto prazo.

Consequências previstas

Se educação e imigração não suprirem a demanda por pensadores analíticos com sólida formação matemática, o país poderá enfrentar, simultaneamente, elevada taxa de graduados sem colocação e escassez de mão de obra apta a desenvolver e operar sistemas de IA.

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