Avanço da escolaridade explica maior parte do crescimento econômico global desde 1980, aponta pesquisa

Mercado Financeiro13 minutos atrás6 pontos de vista

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Um estudo publicado no Quarterly Journal of Economics conclui que a expansão da escolaridade entre 1980 e 2019 foi responsável por até 62% do crescimento econômico mundial no período. O trabalho é assinado pelo pesquisador Amory Gethin e abrange dados de pesquisas domiciliares que representam mais de 97% da população do planeta.

Segundo o levantamento, a renda média per capita global avançou 1,6% ao ano entre 1980 e 2019. Desse total, 0,7 ponto percentual – o equivalente a 45% do resultado – pode ser atribuído diretamente à melhora educacional.

Impacto entre os mais pobres

Para o quinto da população com menor renda, o ganho anual foi de 1,9% no mesmo intervalo. A elevação da escolaridade responde por 1,1 ponto percentual desse crescimento, ou 58% do total.

Efeito via investimento

O autor também analisou o impacto indireto da educação sobre o investimento. Mantido o mesmo estoque de capital, menor retorno sobre investimentos teria reduzido o ritmo de expansão econômica caso a escolarização não tivesse aumentado. Ao incorporar esse canal, a participação da educação no crescimento global sobe para 62%, e para 67% quando se observa exclusivamente os 20% mais pobres.

Pobreza e desigualdade

Usando a linha de pobreza de US$ 2,15 por pessoa ao dia, o estudo indica que 35% da redução da pobreza no período decorre do avanço educacional. A pesquisa também atribui à escolaridade um papel decisivo para conter o aumento da desigualdade mundial, compensando a elevação da disparidade de renda dentro de diversos países.

Avanço da escolaridade explica maior parte do crescimento econômico global desde 1980, aponta pesquisa - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Metodologia

O modelo empregado permite que o retorno da educação varie entre países e níveis de ensino. Gethin sustenta que, mesmo assim, o exercício pode subestimar o peso real da educação, já que benefícios não refletidos nos salários – como menor criminalidade e melhor cuidado com os filhos – não foram capturados.

Setenta anos após os primeiros estudos sobre economia da educação, o trabalho reúne grande volume de dados e capacidade computacional para quantificar, com precisão inédita, a contribuição da formação educacional ao crescimento, à redução da pobreza e à estabilidade da distribuição de renda mundial.

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