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Banco Central vê cenário ainda incerto e defende postura cautelosa, diz diretor Diogo Guillen

Mercado Financeiro1 semana atrás14 pontos de vista

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São Paulo, 26 set. 2025 – O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira que o ambiente econômico permanece permeado por incertezas e requer cautela na condução da política monetária.

Em participação em evento promovido pelo Citi, Guillen explicou que a incerteza afeta variáveis como inflação e crescimento. “Alguns riscos podem elevar inflação e atividade, outros pressionam preços ao consumidor ao mesmo tempo em que diminuem o ritmo da economia; tudo depende da origem do choque”, disse. Segundo ele, o BC continua monitorando esses “riscos de caudas mais grossas”.

Função de reação intacta

Questionado sobre a possibilidade de mudanças nos parâmetros de atuação, o diretor ressaltou que a função de reação da política monetária permanece a mesma. “Observamos projeções e expectativas de inflação, balanço de riscos, inflação corrente e hiato do produto. Nada é avaliado isoladamente”, afirmou, reiterando o compromisso com a meta de inflação de 3%.

Eleições de 2026 no radar

Sobre eventuais pressões no período eleitoral de 2026, Guillen comentou que o BC considerará qualquer impacto sobre preços de mercado, inflação ou câmbio. Contudo, ponderou que, com a autonomia do Banco Central, não há ligação direta entre o calendário eleitoral e as decisões do Copom. “Se aparecer nos preços ou nas projeções, avaliaremos, como fazemos com todos os demais fatores”, declarou.

Cenário de referência

Guillen destacou que o BC não incorpora em seu cenário de referência propostas legislativas ainda não aprovadas. Esses pontos podem entrar na discussão qualitativa, mas não integram as projeções oficiais.

Expectativas e contas externas

O diretor reiterou o desconforto do Copom com a desancoragem das expectativas de inflação. Comentou também que a situação das contas externas “já não é tão benigna” quanto no passado: o déficit em transações correntes deve passar de US$ 70 bilhões em 2024 para US$ 58 bilhões em 2026, à medida que a atividade doméstica perca força e reduza as importações.

Câmbio e atuação do BC

Segundo Guillen, a intervenção cambial ocorre apenas diante de disfuncionalidades no mercado. Ele mencionou que a recente valorização do real refletiu, em parte, o movimento global do dólar e o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos.

As declarações vieram um dia após a divulgação do Relatório de Política Monetária e reforçam a mensagem do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o grau de incerteza continua elevado, exigindo postura cautelosa do Banco Central.

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