São Paulo, 2 out – O relatório trimestral divulgado no sábado (1º) pela Berkshire Hathaway sugere que o conglomerado comandado por Warren Buffett voltou a reduzir sua posição em ações da Apple entre julho e setembro.
O documento mostra uma queda de US$ 1,22 bilhão no custo de aquisição das ações classificadas como “produtos de consumo”, categoria dominada pela participação na Apple. A informação, inicialmente destacada pela imprensa norte-americana, indica que parte dos papéis pode ter sido vendida ao longo do terceiro trimestre.
No período, as ações da companhia de tecnologia avançaram mais de 24%, movimento que teria aberto espaço para realização de lucros. Buffett já realizou cortes relevantes na posição em 2023 e no segundo trimestre de 2025, alegando, em parte, motivos tributários.
Mesmo após os ajustes, a Apple continuava sendo a maior participação acionária da Berkshire no fim de junho: 280 milhões de ações avaliadas em cerca de US$ 57 bilhões, montante que correspondia a mais da metade da carteira de investimentos da holding.
A dimensão exata da fatia após as possíveis vendas só será conhecida quando a empresa enviar, ainda neste mês, o formulário 13F à Securities and Exchange Commission (SEC), com a fotografia das posições até 30 de setembro.
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A Berkshire registra venda líquida de ações há 12 trimestres consecutivos. Entre julho e setembro, o conglomerado levantou mais de US$ 6 bilhões e elevou suas reservas de caixa para o recorde de US$ 381,7 bilhões.
O lucro operacional avançou 34% no terceiro trimestre. Já o indicador favorito de Buffett para avaliar o mercado acionário norte-americano — a relação entre o valor de todas as empresas listadas e o PIB dos Estados Unidos — atingiu novo pico histórico, patamar que o próprio investidor já descreveu como “brincar com fogo”.