Sátiras em séries, campanhas publicitárias milionárias e aparições em programas de auditório mostram como o mercado de criptoativos entrou de vez no imaginário popular. A seguir, veja os principais momentos em que Bitcoin (BTC), NFTs e exchanges dividiram espaço com grandes produções de entretenimento nos Estados Unidos.
No quinto episódio da 27ª temporada, exibido em 2025, South Park voltou a cutucar o setor ao ironizar os aplicativos de mercado de previsões Kalshi e Polymarket, além de reguladores e políticos norte-americanos ligados ao tema.
A animação já vinha tirando sarro das moedas digitais desde 2021. No especial pós-COVID de 25 de novembro daquele ano, o Bitcoin aparecia como moeda de uso cotidiano – e, simultaneamente, como esquema de pirâmide. Em dezembro de 2021, outro especial retratou NFTs como uma “doença” que enlouquece quem tenta enriquecer rápido, com o personagem Butters infectando moradores com promessas de lucros fáceis.
Em fevereiro de 2020, o episódio “Frinkcoin”, de The Simpsons, trouxe o ator Jim Parsons – o Sheldon de The Big Bang Theory – descrevendo, em linguagem simples, o funcionamento das criptomoedas e da tecnologia blockchain. A abordagem, mais educativa do que satírica, repercutiu amplamente entre entusiastas do setor.
Mais de um ano depois, a animação voltou ao tema ao “prever” que o preço do Bitcoin chegaria ao infinito, reforçando o interesse do roteiro por temas financeiros.
Em outubro de 2021, o ator Matt Damon protagonizou uma campanha da Crypto.com. No vídeo, em clima épico, Damon dizia que “a história é feita pelos que se arriscam” e encerrava com a frase em latim “fortune favors the brave”. Poucas semanas depois, o Bitcoin bateu o então recorde de aproximadamente US$ 69.000.
O ano seguinte, porém, foi marcado por colapsos como o da Terra, falências em cadeia e um longo mercado de baixa. Em fevereiro de 2022, South Park ironizou o comercial: “Meu pai ouviu o Matt Damon e perdeu todo o dinheiro”, disse um personagem. “Sim, todo mundo perdeu, mas foram corajosos”, respondeu Eric Cartman.
Imagem: Trader Iniciante 2 (16)
A final do futebol americano daquele ano virou vitrine para empresas de criptomoedas. A Coinbase exibiu um QR code quicando na tela; quem escaneou ganhou US$ 15 em Bitcoin, sobrecarregando o aplicativo por alguns minutos. A Crypto.com repetiu o mote “fortune favors the brave” com LeBron James, e a eToro divulgou sua plataforma junto de um minijogo de bingo no intervalo.
A FTX também veiculou um comercial, estrelado pelo comediante Larry David, que zombava de grandes invenções da história e, por fim, descartava a própria exchange. Após a empresa quebrar em novembro de 2022, a peça publicitária ganhou contornos irônicos. Em fevereiro de 2024, David afirmou lamentar ter participado da campanha e revelou ter perdido parte do cachê recebido em cripto.
A combinação de tuítes frequentes de Elon Musk e o anúncio de compra de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin pela Tesla, em 2021, impulsionou o mercado. O ápice veio com a participação do executivo no Saturday Night Live, em maio daquele ano, que fez o Dogecoin (DOGE) atingir o recorde de US$ 0,76 antes da transmissão. No programa, Musk chamou o token de “desenrola” (hustle), e, até setembro de 2022, a moeda havia recuado cerca de 75% frente ao Bitcoin.
Musk enfrentou um processo em 2022 sob acusação de manipular o preço do Dogecoin, ação que foi retirada em 2024.
Esses episódios indicam como a presença de criptomoedas na cultura pop tornou-se rotina, servindo tanto de vitrine quanto de alvo de críticas mordazes.