O Bitcoin (BTC) voltou a flertar com sua máxima histórica nesta sexta-feira (3), impulsionado pela combinação de rali global em ativos de risco e perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos.
A criptomoeda avançou cerca de 2% e atingiu US$ 123.261, aproximando-se do topo de US$ 124.514 alcançado em 14 de agosto. O movimento ocorre em meio ao impasse fiscal em Washington, que resultou na paralisação parcial do governo norte-americano iniciada na quarta-feira (1º), e a contínua entrada de recursos em fundos negociados em bolsa (ETFs).
No acumulado de 2025, o BTC já registra valorização superior a 30%, com capitalização estimada em US$ 2,45 trilhões. O Ethereum (ETH), segunda maior moeda digital, também opera perto de seu recorde, cotado a US$ 4.545 e valor de mercado em torno de US$ 545 bilhões.
Especialistas apontam um “duplo impulso” para o Bitcoin: de um lado, o aumento do apetite por risco; de outro, a busca por ativos considerados reserva de valor em períodos de incerteza.
“Se o ouro, principal reserva de valor global, está em máxima histórica, o Bitcoin tende a seguir a mesma direção”, afirma Lucca Freite, CEO da UnblockPay. Ele lembra ainda que outubro costuma ser um mês favorável ao ativo, apelidado de “Uptober” no mercado norte-americano.
De acordo com a analista técnica Ana de Mattos, parceira da Ripio, o BTC iniciou um rali após tocar a mínima de US$ 108.631 em 25 de setembro, chegando a US$ 119.456 — alta de 9,96%. O próximo nível de resistência está em US$ 124.474, enquanto os suportes de curto e médio prazos ficam em US$ 113.300 e US$ 108.000.
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A analista destaca ainda que setembro marcou forte rotação de capital: o índice Altcoin Season atingiu 80%, recorde histórico, enquanto a dominância do Bitcoin recuou para 56,7%. Solana (SOL), Binance Coin (BNB) e o próprio Ethereum foram alguns dos principais beneficiados.
Mesmo com a migração parcial para altcoins, o interesse institucional no BTC se mantém sólido. Somente em setembro, ETFs lastreados na moeda receberam entradas líquidas de US$ 2,57 bilhões. Ana de Mattos projeta que o preço pode alcançar US$ 140.000 até o fim de 2025.
Para Fabio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, a combinação de fraqueza do dólar, aumento de liquidez global no curto prazo e a possibilidade de cortes preventivos de juros pelo Federal Reserve cria um ambiente favorável ao mercado de criptoativos.
Com esses elementos, o Bitcoin segue testando sua resistência histórica, enquanto investidores avaliam se o atual momento é prelúdio de novos recordes ou de uma pausa no movimento de alta.