São Paulo – O bitcoin registrou nesta sexta-feira (14) a menor cotação em sete meses, acompanhando o movimento de aversão a risco que derrubou ações de tecnologia e principais índices de ações no mundo.
Por volta das 10h30 (horário de Brasília), a criptomoeda despencava 3,9%, negociada a US$ 94,81 mil (R$ 503,4 mil). Uma hora depois, reduziu parte da perda e era cotada a US$ 96,55 mil, ainda em queda de 2,33%.
A marca representa o nível mais baixo desde 5 de maio, quando o ativo valia US$ 94,73 mil. Após alcançar o recorde de US$ 126,44 mil em 6 de outubro, o bitcoin passou a acumular desvalorizações contínuas a partir do dia 10 do mesmo mês, culminando na baixa desta sexta.
A correção na criptomoeda reflete o recuo das ações de tecnologia, pressionadas por dúvidas sobre uma possível supervalorização de companhias ligadas à inteligência artificial.
“O mercado já identificava essa sobrevalorização há algum tempo; agora os investidores estão reagindo. Quando o cenário piora como hoje, eles liquidam todas as posições”, afirmou Joe Saluzzi, sócio-fundador da Themis Trading.
Em Nova York, às 12h07, o Nasdaq caía 0,48%, encaminhando-se para a segunda semana consecutiva no vermelho e a quinta sessão seguida de perdas. O Dow Jones recuava 1,16% e o S&P 500, 0,64%.
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Na Europa, o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 1,07%. Entre as principais praças, Paris cedia 0,97%, Madri 1,70%, Milão 1,74%, Londres 1,31% e Frankfurt 0,82%.
Os mercados asiáticos fecharam no mesmo tom: o SSEC, de Xangai, caiu 1%, enquanto o CSI300 — que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen — encerrou o pregão em baixa de 1,6%.
A forte venda de papéis de empresas como Nvidia, nos Estados Unidos, foi estimulada pela menor probabilidade de o Federal Reserve cortar os juros em dezembro, aumentando a cautela dos investidores.
A paralisação do governo norte-americano, encerrada após 43 dias, suspendeu a divulgação de indicadores como Produto Interno Bruto e dados do mercado de trabalho desde o fim de setembro. Ainda não há previsão para a retomada dessas estatísticas, consideradas fundamentais para as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve.