O Bitcoin (BTC) ensaia uma recuperação na primeira semana de dezembro. Desde a mínima de US$ 78.700 registrada na segunda-feira, 1º de dezembro, a criptomoeda avançou cerca de 15,6% e era negociada em torno de US$ 91.200 no início da tarde desta sexta-feira (5).
O movimento devolve parte das perdas acumuladas em outubro e novembro, período marcado por instabilidade provocada por incertezas geopolíticas, dúvidas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e redução de posições de risco no mercado global.
Analistas atribuem a reação à divulgação de um núcleo do índice de inflação PCE abaixo do esperado nos EUA e ao aumento das apostas de que o Federal Reserve cortará os juros já na reunião da próxima quarta-feira (10). “A elevação da probabilidade de corte de juros nos Estados Unidos voltou a sustentar o mercado depois de semanas de instabilidade”, afirma Rony Szuster, analista-chefe do Mercado Bitcoin.
Apesar do avanço, o sentimento segue cauteloso. Guilherme Prado, diretor regional da Bitget no Brasil, destaca que o BTC voltou para a faixa de US$ 91.200 após novos resgates no IBIT, ETF de Bitcoin da BlackRock, que registrou saídas de US$ 113 milhões e adicionou pressão aos preços.
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O mercado precifica 87% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos. Se confirmado, o alívio monetário pode ampliar o apetite por ativos de risco na reta final do ano. Caso o Fed adote um tom mais duro, investidores tendem a retomar postura defensiva, reforçando a sensibilidade do setor cripto aos fluxos institucionais.
Para as próximas semanas, o desempenho do Bitcoin permanecerá vinculado aos sinais que o banco central dos Estados Unidos der sobre 2026 e à continuidade — ou não — do ciclo de flexibilização monetária.