O Bitcoin (BTC) atingiu novo pico de preço na madrugada de domingo na Ásia, cotado a US$ 125.689, o equivalente a R$ 670.990. O valor supera o recorde anterior, registrado em 14 de agosto, quando a criptomoeda havia alcançado US$ 124.514.
A disparada ocorreu em meio a um rali de ativos de risco durante a paralisação do governo dos Estados Unidos iniciada na quarta-feira. Investidores procuram proteção em ativos considerados porto seguro, movimento que participantes do mercado têm chamado de “debasement trade”, referência à expectativa de desvalorização do dólar.
Fluxos renovados para fundos de índice (ETFs) vinculados ao Bitcoin e a valorização das ações norte-americanas também impulsionaram a cotação. “Com diversos ativos — de ações a ouro e até cards de Pokémon — batendo máximas históricas, não surpreende que o Bitcoin se beneficie da narrativa de desvalorização do dólar”, afirmou Joshua Lim, co-chefe de mercados da corretora FalconX.
O desempenho favorável no mês de outubro, apelidado pelo mercado de “Uptober”, reforça o sentimento positivo. A criptomoeda registrou valorização em nove dos dez últimos meses de outubro.
No acumulado de 2025, o Bitcoin já sobe mais de 30%. Especialistas associam o avanço ao ambiente legislativo tido como favorável em Washington durante o governo de Donald Trump. Empresas listadas em bolsa, lideradas pela Strategy de Michael Saylor, aceleraram a demanda ao adotar a prática de manter Bitcoin em caixa, estratégia que se estendeu a outras moedas digitais, como o Ether.
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Em paralelo, as bolsas norte-americanas fecharam a sexta-feira em máximas históricas, impulsionadas por grandes acordos e parcerias em inteligência artificial, enquanto títulos do Tesouro e o dólar recuaram. O ouro caminha para o sétimo ganho semanal, sustentado por compras de bancos centrais e pela queda das taxas de juros nos EUA.
Para Geoff Kendrick, chefe global de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered, a atual paralisação “importa desta vez” e tende a favorecer ainda mais o Bitcoin. Ele lembra que, na paralisação de 2018–2019, a criptomoeda apresentava correlação menor com ativos de risco tradicionais.