Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu nesta quinta-feira (18) o protocolo para que empresas afetadas pelas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos solicitem financiamento no âmbito do plano Brasil Soberano.
A partir das 8h, as companhias podem acessar o site do BNDES e verificar a elegibilidade às linhas de apoio. O procedimento exige autenticação pela plataforma gov.br, exclusivamente com o certificado digital da empresa. Após o login, o sistema indica se o negócio atende aos critérios e quais modalidades de crédito podem ser requeridas.
Com a confirmação, a orientação do banco é que a empresa procure a instituição financeira com a qual já possui relacionamento; grandes companhias podem contatar o próprio BNDES.
O programa disponibiliza R$ 40 bilhões, sendo:
• R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE);
• R$ 10 bilhões de recursos diretos do BNDES.
Para utilizar o FGE, a firma deve ter obtido, entre julho de 2024 e junho de 2025, no mínimo 5% do faturamento total com exportações de produtos sujeitos às tarifas adicionais dos EUA. A relação dos itens afetados está disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Imagem: redir.folha.com.br
Os R$ 10 bilhões administrados pelo BNDES destinam-se a empresas que tenham apresentado qualquer perda de receita em razão das tarifas.
O plano Brasil Soberano foi criado pelo governo Lula (PT) para amenizar os efeitos do tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos em 6 de agosto. O anúncio do BNDES ocorre pouco mais de um mês após a medida entrar em vigor, período em que empresários vêm cobrando rapidez no socorro.
“O BNDES vai socorrer todas as empresas, e a contrapartida é manter os empregos para a economia continuar crescendo e o país não ser prejudicado por essas medidas autoritárias, unilaterais e injustificadas”, afirmou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, em nota.
Entre os segmentos mais afetados está a indústria de madeira. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) relatou, em nota divulgada na terça-feira (16), cerca de 4 mil demissões decorrentes do aumento tarifário. A entidade defende negociação direta entre os governos brasileiro e norte-americano como solução para o impasse.