A Boeing discute com autoridades chinesas a possível venda de até 500 aeronaves, acordo que, segundo pessoas com conhecimento das negociações ouvidas pela agência Bloomberg, está no centro de um acerto comercial entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping.
De acordo com essas fontes, a fabricante norte-americana ainda define detalhes fundamentais, como os modelos que serão incluídos, o volume de cada família de jatos e o cronograma de entregas. A concretização depende de uma redução nas tensões comerciais que se arrastam desde o primeiro mandato de Trump.
A condução das conversas ocorre em meio à saída do principal executivo da companhia na China, Alvin Liu, afastado recentemente. Para ocupar o posto de forma interina, a empresa nomeou Carol Shen.
Entre 2017 e 2021, a Boeing fechou grandes pedidos com companhias chinesas, frequentemente anunciados durante visitas de Estado. Esses contratos, porém, foram interrompidos quando tarifas e outras barreiras elevaram a temperatura da disputa comercial entre Washington e Pequim.
Uma tentativa de acordo semelhante, apresentada em 2023 pelo presidente Joe Biden e por Xi Jinping, não avançou. Caso o novo entendimento seja confirmado, representará a primeira grande compra chinesa de jatos da Boeing desde a visita de Trump em seu mandato anterior.
Imagem: Daniella Genovese FOXBusiness via foxbusiness.com
Logo após reassumir a Presidência, Trump elevou as tarifas de importação, impondo um imposto geral de 10% e sobretaxas que chegaram a 145% sobre produtos chineses. Em abril, Pequim respondeu orientando as companhias aéreas do país a suspenderem aquisições de peças e equipamentos aeronáuticos norte-americanos; parte dessas compras foi retomada em junho.
Trump afirmou no mês passado que a reunião do secretário do Tesouro, Scott Bessent, com autoridades chinesas “foi muito boa” e que espera encontrar Xi até o fim do ano para avançar nas negociações.
As ações da Boeing (BA) fecharam o último pregão a US$ 224,35, com queda de 0,49%.