Bradesco BBI estima duração de até seis anos para política de dividendos da Petrobras com Brent a US$ 60

Estratégias de investimento15 horas atrás7 pontos de vista

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São Paulo – A política que garante o pagamento mínimo de 45% do fluxo de caixa operacional (FCO) descontado o Capex da Petrobras (PETR3; PETR4) pode se sustentar por um período entre três e seis anos, caso o preço de longo prazo do petróleo Brent permaneça em torno de US$ 60 por barril. A projeção é do Bradesco BBI, em relatório divulgado aos clientes.

Pressão vem de Capex maior e cenário de petróleo

Segundo o banco, a aceleração do programa de investimentos da estatal, a ausência de uma reestruturação de portfólio e a tendência de preços mais baixos do petróleo levantam dúvidas sobre a longevidade dos proventos. No exercício de sensibilidade elaborado pelos analistas, o prazo de manutenção da atual política cai para apenas um a dois anos se o Brent se estabilizar em US$ 55 ou abaixo desse patamar.

Gestão em foco

O relatório observa que a regra de dividendos foi concebida para uma administração focada em eficiência e otimização de ativos. Embora a presidente Magda Chambriard tenha mencionado cortes de aproximadamente US$ 8 bilhões no próximo plano quinquenal e retomada de pequenas vendas, como o campo terrestre Bahia Terra, o banco ressalta que a execução ainda precisa ser comprovada.

Os analistas também destacam o avanço das despesas gerais e administrativas, com crescimento anual composto (CAGR) trimestral de 2,6% em dólares nos últimos dois anos, e lembram que a Petrobras estuda retornar ao setor de etanol via fusões e aquisições, além de avaliar oportunidades em distribuição de GLP e em campos offshore fora do Brasil.

Impacto de aquisições nos proventos

Em um cenário de investimento adicional de cerca de US$ 2,5 bilhões em aquisições relacionadas a leilões do pré-sal ou ao etanol, o banco calcula que o dividend yield trimestral da companhia poderia recuar para 1,2% entre o segundo e o terceiro trimestres de 2026, ante 2,0% a 2,2% estimados para o quarto trimestre de 2025 e o primeiro trimestre de 2026. Isso resultaria em rendimento de aproximadamente 6,7% em 12 meses, patamar próximo aos 6,5% projetados para a colombiana Ecopetrol.

Horizonte de 2026 e recomendação

Para além dos dividendos, o Bradesco BBI avalia que, à medida que 2026 se aproxima, a cotação das ações poderá ser influenciada principalmente pelo ambiente eleitoral. Ainda assim, o banco mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para PETR4, com preço-alvo de R$ 40, o que representa potencial de alta de 31% em relação ao fechamento do pregão anterior.

Conclusão do banco

Na visão do BBI, políticas de expansão podem colocar em risco o piso de dividendos caso o petróleo enfraqueça, cenário que não agrada ao mercado nem às receitas públicas. A permanência da estratégia de proventos, portanto, dependerá da disciplina de investimentos e da evolução dos preços internacionais do barril.

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