Brasil projeta safra recorde de soja, mas La Niña acende alerta; produção de algodão recua em Mato Grosso

São Paulo, 2 de dezembro de 2025 – A safra brasileira de soja 2025/26 foi estimada pela consultoria Pátria AgroNegócios em 171,89 milhões de toneladas, volume que, se confirmado, representará alta de 1,4% sobre a temporada anterior e novo recorde nacional.

A projeção superou levemente a avaliação divulgada anteriormente pela empresa, que apontava 171,51 milhões de toneladas. O ajuste considera incremento de área para 48,58 milhões de hectares e produtividade média de 3,539 toneladas por hectare.

Clima sob vigilância

Apesar do avanço previsto, o diretor da Pátria AgroNegócios advertiu que as condições associadas ao fenômeno La Niña já estão presentes. Segundo ele, o padrão climático gera preocupação, sobretudo para regiões do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

De acordo com a consultoria, o início da safra 2025/26 é mais desafiador que o observado no ciclo anterior, pois a irregularidade de chuvas persiste em várias áreas produtoras.

Algodão em queda no maior produtor do país

No mesmo dia, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu a estimativa para a safra de algodão 2025/26 em Mato Grosso a 2,58 milhões de toneladas de pluma, retração de 1,74% ante o número divulgado em novembro.

Imagem: Reuters via moneytimes.com.br

O recuo reflete a revisão da área cultivada para 1,43 milhão de hectares, queda de 7,28% em relação ao ciclo 2024/25. O Imea atribuiu o corte à rentabilidade pressionada pela combinação de preços mais baixos e custos de produção elevados. A incerteza climática sobre a soja, cultura semeada antes do algodão, também influencia a decisão dos produtores.

Outras culturas no Estado

Mato Grosso, principal produtor brasileiro de soja, algodão e milho, manteve a previsão de soja em 47,18 milhões de toneladas e de milho em 51,72 milhões de toneladas. O instituto informou que as chuvas de novembro reduziram o estresse hídrico em grande parte do território, mas ressaltou que a distribuição das precipitações segue irregular em alguns pontos.

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