O BTG Pactual revisou de US$ 10 para US$ 11 o preço-alvo dos American Depositary Receipts (ADRs) da Vale (VALE3), segundo relatório publicado em 15 de setembro de 2025. Apesar do ajuste, a recomendação para os papéis permaneceu neutra.
Para o banco, a mineradora tem avançado na reconfiguração de seu portfólio de minério de ferro, reduzindo descontos em relação ao índice internacional e buscando prêmios de preço. O movimento pode acrescentar entre US$ 1 e US$ 3 por tonelada ao resultado, o que representaria impacto anual superior a US$ 500 milhões no Ebitda.
O relatório também destaca a nova redução na projeção de investimentos (capex) para 2025, agora estimada entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões, após corte anterior para US$ 5,9 bilhões. Para 2026, a expectativa é de capex abaixo de US$ 6 bilhões.
A manutenção do preço do minério de ferro em torno de US$ 100 por tonelada e a projeção de queda da dívida líquida ajustada para US$ 15 bilhões a US$ 16 bilhões até o fim de 2025 criam espaço, segundo o BTG, para distribuições adicionais aos acionistas. O banco calcula que a Vale pode pagar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão em dividendos extraordinários ainda neste ano.
Imagem: Kaype Abreu via moneytimes.com.br
Apesar dos avanços operacionais e da sólida geração de caixa, o BTG avalia que o fluxo de caixa livre projetado para 2026 deve resultar em yield abaixo de 10%. O patamar é considerado razoável, mas insuficiente para justificar uma recomendação de compra neste momento.
Assim, o banco mantém postura cautelosa, observando que a companhia apresenta melhorias relevantes, porém sem margem de segurança adequada no preço atual dos ADRs.