BTG Pactual prevê avanço de 17% nos lucros de empresas brasileiras em 2026 com corte de 3 pontos na Selic; bancos puxam alta

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São Paulo, 10 de dezembro de 2025 – Relatório divulgado nesta quarta-feira pelo BTG Pactual projeta que o lucro somado das companhias brasileiras listadas na B3, excluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), alcançará R$ 339,7 bilhões em 2026, alta de 17% em relação a 2025.

O banco de investimento espera que a recuperação ocorra apesar da desaceleração do Produto Interno Bruto, cuja expansão deve recuar de 2% em 2025 para 1,5% no próximo ano. A expectativa de queda de 3 pontos percentuais na taxa básica de juros é apontada como o principal catalisador, reduzindo despesas financeiras e estimulando a atividade.

Bancos lideram recuperação

Segundo os estrategistas Carlos Sequeira e equipe, o setor bancário dará a maior contribuição, com aumento estimado de R$ 15,8 bilhões nos ganhos de 2026, avanço de 14% sobre 2025. Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) respondem pela maior parte do incremento, impulsionados por aceleração do crédito, normalização da carteira rural e menor custo de captação.

Impacto da Selic sobre o varejo

Com juros mais baixos, o varejo deve registrar crescimento de 34% no lucro agregado. A projeção indica que a Natura (NATU3) será responsável por cerca de um terço desse avanço, acompanhada por RD Saúde (RADL3) e Assaí (ASAI3). O BTG calcula que cada redução de 100 pontos-base na Selic pode elevar em aproximadamente 4% os resultados do segmento, apenas pelo efeito financeiro e tributário.

Commodities avançam menos

Para as empresas de commodities, o banco prevê aumento modesto de 1,2% nos ganhos de 2026, após salto estimado de 157,1% em 2025. Incluindo Petrobras e Vale, o lucro consolidado das listadas sobe para R$ 475,6 bilhões, expansão anual de 8,2%.

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Imagem: Gustavo R via moneytimes.com.br

Revisões setoriais

Mineração, telecomunicações e serviços básicos foram os poucos setores a receberem ajustes positivos nas projeções para 2026. A Vale teve estimativas elevadas em 30%, enquanto a Aura Minerals (AURA33) registrou revisão de 93% em função de maior produção e preços mais favoráveis. No setor de energia, a Áxia Energia também teve números revisados para cima após atualização do preço esperado da eletricidade.

Por outro lado, bancos, agronegócio e papel & celulose sofreram cortes relevantes nas estimativas, pressionados por inadimplência elevada em 2025, queda de 23% no valor do açúcar e recuo nos preços da celulose.

Mesmo com ajustes pontuais, o BTG mantém a avaliação de que o ciclo de afrouxamento monetário sustentará uma recuperação mais ampla dos lucros corporativos na virada para 2026.

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