Candidato à presidência do Fed, Christopher Waller, rebate comparação de Powell sobre “dirigir na neblina”

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O governador do Federal Reserve e potencial sucessor de Jerome Powell, Christopher Waller, afirmou em entrevista ao programa “Kudlow”, da FOX Business, que a autoridade monetária dispõe de informações suficientes para continuar ajustando a política de juros, apesar da suspensão de parte das estatísticas oficiais causada pelo shutdown do governo dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, durante reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), Jerome Powell comparou o momento econômico a “dirigir em meio à neblina” e argumentou que, diante da falta de dados, o banco central precisaria “reduzir a velocidade”. Waller discordou: “A metáfora da neblina não significa encostar no acostamento; significa avançar com cautela. Por isso, a decisão correta é prosseguir com os cortes de juros”, disse.

Cotado ao cargo mais alto do Fed

Waller integra uma lista de cinco nomes avaliados pela Casa Branca para substituir Powell. Além dele, estão na disputa Michelle Bowman, Kevin Hassett, Rick Rieder e Kevin Warsh. Questionado se aceitaria o convite, respondeu: “Se o presidente me chamar, eu servirei. Já aceitei uma vez e direi sim novamente”.

Indicado ao Conselho de Governadores em 2020 pelo então presidente Donald Trump, Waller sustenta que a paralisação das divulgações oficiais não compromete a análise do banco central. “Mesmo sem parte dos relatórios do governo, temos um volume grande de informações”, argumentou.

Imagem: Nora Moriarty FOXBusiness via foxbusiness.com

Inflação, tarifas e mercado de trabalho

O dirigente classificou o impacto das tarifas norte-americanas sobre a economia como “pequeno” e disse não ver a inflação como ameaça no médio prazo. Segundo ele, as projeções internas apontam o índice de preços retornando à meta. “Está elevado, mas deve recuar totalmente”, afirmou.

O principal ponto de atenção, destacou, é o mercado de trabalho, que motivou o segundo corte de juros do ano decidido recentemente pelo Fed. Ainda durante a entrevista, Waller mostrou otimismo com os ganhos de produtividade que a inteligência artificial pode oferecer. “Em 12 a 24 meses, deveremos notar mudanças significativas”, estimou.