O presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou neste domingo, em entrevista ao programa “Fox News Sunday Morning Futures”, que o banco não encerra contas nem restringe serviços com base em filiação política ou crença religiosa.
“As pessoas precisam crescer e parar de inventar histórias. Nós não ‘debankamos’ clientes por serem democratas, republicanos ou por motivos religiosos”, declarou Dimon. Segundo ele, o banco já desligou correntistas “de todos os perfis”, mas nunca em função desses fatores.
A fala de Dimon responde a críticas de figuras ligadas ao ex-presidente Donald Trump. Devin Nunes, chefe do Conselho Consultivo de Inteligência da Presidência dos EUA e CEO da Trump Media, afirmou que a empresa foi “debankada” pelo JPMorgan e citou mais de 400 pessoas ou organizações associadas a Trump que teriam tido registros bancários solicitados pelo procurador especial Jack Smith.
No mês passado, Jack Mallers, CEO da Strike — empresa de pagamentos via Lightning Network do Bitcoin — disse que suas contas pessoais foram encerradas pelo JPMorgan sem explicação. Em novembro, Houston Morgan, responsável pelo marketing da plataforma de criptoativos ShapeShift, relatou situação semelhante.
Dimon declarou ser contrário ao “debanking” e defendeu a revisão das normas que exigem relatórios ao governo, apontadas por ele como causa de muitos encerramentos de contas. “Peço mudanças nessas regras há 15 anos”, afirmou, elogiando iniciativas do governo Trump para discutir o tema.
Em agosto, Donald Trump assinou uma ordem executiva determinando que reguladores bancários investiguem denúncias de “debanking” feitas por conservadores e pelo setor de criptoativos.
Imagem: cointelegraph.com
O executivo explicou que o banco só fornece dados de clientes ao poder público quando recebe intimações judiciais: “Cumpro subpoenas deste e de governos passados. Não gosto disso, mas é obrigatório”.
Para Dimon, tanto democratas quanto republicanos pressionam as instituições financeiras. “Governos dos dois partidos já vieram atrás de nós. É um problema antigo; precisamos respirar fundo e resolver, em vez de militarizar o Estado.”
O JPMorgan, acrescentou o CEO, apresentou sugestões às autoridades para reduzir exigências de reportes e, consequentemente, casos de “debanking”.