Ferramentas de inteligência artificial generativa, como ChatGPT, Gemini, Perplexity e Claude, estão se firmando como aliadas de consumidores que buscam praticidade e economia nas compras pela internet. Dados da Adobe Analytics mostram que, nas promoções de julho deste ano, o tráfego originado nesses chatbots para sites de varejo cresceu 4.700% em relação a 2024. Para o período de festas de fim de ano, a projeção é de avanço entre 515% e 550%.
Segundo Vivek Pandya, principal analista do Adobe Digital Insights, a taxa de conversão — proporção de visitas que se transformam em vendas — ainda é inferior à média de outras fontes de tráfego, mas a diferença diminui rapidamente. “As pessoas querem jornadas de compra mais simples e, ao mesmo tempo, economizar”, afirma.
Diferentemente de buscadores tradicionais ou marketplaces como Amazon, Walmart e eBay, os chatbots geram recomendações personalizadas a partir de instruções detalhadas do usuário, sem exibir anúncios pagos. As empresas afirmam que não recebem comissão caso a compra seja concluída no site do varejista.
Para Melissa Minkow, diretora global de estratégia de varejo da CI&T, o movimento sinaliza a próxima etapa do comércio eletrônico. Em setembro, o ChatGPT lançou o recurso Instant Checkout, em parceria com Shopify e Etsy, que permite a usuários nos Estados Unidos finalizar a compra dentro da própria conversa.
Ainda que úteis, as plataformas podem indicar preços ou cupons desatualizados e se confundir com descrições imprecisas de produtos. Um casaco anunciado como “de lã”, mas fabricado em grande parte de poliéster, por exemplo, pode levar o chatbot ao erro. Especialistas recomendam conferir todas as informações antes de finalizar a compra.
1. Defina o que procura
O chatbot trabalha melhor quando recebe uma solicitação clara. Ao pedir sugestões de hidratantes faciais para o inverno, por exemplo, o ChatGPT apresentou opções com links diretos, descrições e benefícios.
2. Dê um papel ao assistente
Ao atribuir uma persona — como “consultor de beleza” ou “especialista em eletrônicos” —, o modelo entende o nível de detalhe desejado. Ele tende a questionar preferências de uso, orçamento, ingredientes, marcas e clima local antes de responder.
Imagem: redir.folha.com.br
3. Seja específico
Quanto mais detalhes, melhores as indicações. Em um pedido sobre hidratantes, após fornecer informações completas, o ChatGPT listou:
4. Verifique os dados
Ao pedir itens vendidos na Sephora, o chatbot sugeriu um produto da Coreana Cosrx, mas o link direcionava a uma página inexistente — sinal de que a marca não está mais disponível na rede. Conferir cada informação é essencial.
5. Compare preços
Com inflação elevada, comparar valores e buscar descontos se tornou hábito. O ChatGPT pode indicar estratégias como assinaturas subscribe-and-save, extensões de cashback (ex.: Rakuten), cupons e códigos de programas de fidelidade. Informar tamanho do produto, limite de preço e prazo de entrega ajuda a refinar a busca.
Embora seja preciso checar todas as recomendações, o uso de IA pode facilitar a caça a ofertas especialmente em eventos como Black Friday e Cyber Monday.