China pressiona Estados Unidos a aliviar bloqueio a chips de alta largura de banda em negociação comercial

Trader Iniciante - RedaçãoTrader Iniciante - RedaçãoMercado Financeiro2 dias atrás10 pontos de vista

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A China pediu aos Estados Unidos que flexibilizem as restrições à exportação de chips de memória de alta largura de banda (HBM), considerados essenciais para o desenvolvimento de inteligência artificial, durante as discussões para um novo entendimento comercial entre os dois países.

Segundo fontes próximas às tratativas, a solicitação foi feita por representantes chineses às autoridades de Washington em três rodadas de diálogo conduzidas nos últimos três meses. De um lado, a equipe norte-americana foi chefiada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent; do outro, o grupo chinês ficou sob responsabilidade do vice-primeiro-ministro He Lifeng. O Tesouro dos EUA não comentou o assunto.

Prazo para acordo e possível prorrogação

O prazo para que as duas potências cheguem a um acerto e evitem a volta de tarifas elevadas expira em 12 de agosto. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que o governo republicano deve estender a trégua tarifária por mais 90 dias ainda nesta semana.

Controle de exportações

A insatisfação de Pequim com as barreiras impostas pelos EUA ganhou força depois que o ex-presidente Joe Biden, em 2022, restringiu a aquisição e a fabricação chinesa de semicondutores avançados para IA. Em 2024, Biden proibiu o envio de chips HBM à China, medida direcionada principalmente à Huawei e à Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC).

Recentemente, as atenções se voltaram ao chip H20, projetado pela Nvidia especialmente para o mercado chinês após a proibição de modelos mais potentes. Na última sexta-feira (8), Washington concedeu licenças para exportação do H20, após encontro do CEO da Nvidia, Jensen Huang, com o presidente Donald Trump.

Preocupação em Washington

Pessoas familiarizadas com o tema afirmam que Pequim vê o bloqueio ao HBM como o maior obstáculo para companhias chinesas — entre elas a Huawei — desenvolverem chips próprios de IA. O pedido chinês acendeu alertas na capital norte-americana diante de indícios de que Trump estaria disposto a ceder nessa área para viabilizar uma reunião com o presidente Xi Jinping.

No mês passado, surgiram relatos de que o Departamento de Comércio recebeu instruções para suspender novos controles de exportação à China. Alguns funcionários demonstraram apreensão depois que, em julho, Trump revogou a proibição sobre as vendas do H20.

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Imagem: redir.folha.com.br

A importância do HBM

De acordo com Gregory Allen, especialista em IA do centro de estudos CSIS, o HBM representa cerca de metade do valor de um chip avançado de IA. Fontes do governo norte-americano afirmam que as restrições ao HBM são o principal freio à capacidade chinesa de produzir semicondutores em larga escala. Um relaxamento, argumentam, beneficiaria diretamente Huawei e SMIC e poderia redirecionar a oferta limitada de memória para fora dos Estados Unidos.

Outra pessoa envolvida nas discussões acrescentou que a China precisa do HBM para integrar o componente lógico de IA obtido pela empresa SophGo junto à TSMC, de Taiwan, em possível violação das leis norte-americanas.

Reação chinesa e foco na Nvidia

A embaixada da China em Washington acusou os EUA de usar controles de exportação para “suprimir” empresas chinesas e prejudicar seus direitos legítimos. Paralelamente, legisladores dos EUA intensificaram o escrutínio sobre a Nvidia, após indícios de que chips de jogos — modelos 4090D e 5090 — estariam sendo redirecionados para aplicações de IA na China.

O deputado John Moolenaar, que preside o comitê sobre China na Câmara, defendeu ações mais rígidas da Nvidia e do Escritório de Indústria e Segurança (BIS), responsável por fiscalizar exportações. A Nvidia afirma que suas placas de vídeo para jogos não exigem licença do governo e são vendidas em conformidade com a legislação dos EUA.

As negociações continuam sem sinal claro de consenso sobre o HBM, enquanto Washington e Pequim correm contra o relógio para evitar a retomada de tarifas e preparar um possível encontro entre Trump e Xi.

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