Citi eleva Banco do Brasil (BBAS3) para compra e vê potencial de 32%

São Paulo, 18 de setembro de 2025 – O Citi alterou sua recomendação para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) de neutra para compra e fixou novo preço-alvo de R$ 29, ante R$ 22 anteriormente. O valor indica possibilidade de valorização de 32% em relação ao último fechamento.

Medida provisória é apontada como gatilho

De acordo com relatório divulgado pelos analistas, a mudança de visão foi impulsionada pela medida provisória anunciada pelo governo na semana passada, que destina R$ 12 bilhões para apoiar até 100 mil produtores rurais.

O pacote inclui:

• Pronaf – limite de até R$ 250 mil por tomador, com juros anuais de 6%;
• Pronamp – até R$ 1,5 milhão, com taxa de 8% ao ano;
• Demais produtores – até R$ 3 milhões, com juros de 10% ao ano.

O prazo de pagamento é de nove anos, com um ano de carência.

Segundo o Citi, o programa deve reduzir o custo de risco do Banco do Brasil e fortalecer o capital da instituição até 2026. “Uma injeção adicional de recursos tende a normalizar o custo de risco e pode resultar em lucros superiores às estimativas de consenso para 2026”, destacaram os analistas.

Projeções de lucro e múltiplos

Para 2026, o Citi projeta lucro líquido de R$ 29,3 bilhões, montante 9% acima do consenso da Bloomberg. Mesmo assim, as ações negociam, segundo o banco, a 4,2 vezes o lucro por ação estimado, o que embute lucro de R$ 25,1 bilhões e retorno sobre o patrimônio (ROE) de 12%.

Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br

No curto prazo, a equipe de análise prevê provisões de R$ 16 bilhões no terceiro trimestre, ligeiramente acima dos R$ 15,9 bilhões registrados no trimestre anterior. O relatório aponta que julho de 2025 pode ter representado o piso de rentabilidade para a instituição.

Riscos monitorados

Apesar do cenário positivo de longo prazo, o Citi alerta para volatilidade nos próximos meses. Entre os pontos de atenção estão:

• nível de adesão dos clientes ao novo programa governamental;
• desempenho da carteira de crédito, especialmente em pequenas e médias empresas, que respondem por cerca de 11% da carteira total.

Os analistas concluem que, embora persistam riscos, grande parte dos fatores negativos já parece precificada nos papéis do Banco do Brasil.