As ações da Hypera (HYPE3) encerraram a sessão desta terça-feira, 12 de agosto de 2025, entre as maiores baixas do Ibovespa. Os papéis recuaram 1,26%, fechando a R$ 22,81, após o Citi cortar a projeção de preço-alvo para a companhia.
Em relatório assinado pelos analistas Leandro Bastos e Renan Prata, o banco reduziu em 6% a estimativa para o valor das ações nos próximos 12 meses, de R$ 30 para R$ 26. Mesmo com a revisão, o Citi manteve recomendação neutra, apontando potencial de alta de 12,5% em relação ao fechamento da véspera, 11 de agosto.
Segundo os analistas, o crescimento das vendas no varejo (sell-out) segue abaixo das expectativas, pressionado por dificuldades persistentes no segmento de medicamentos para dor. Desde 2023, o avanço da Hypera fica aquém do desempenho do setor, influenciado pelo forte crescimento de remédios patenteados, como os da classe GLP-1, e pela composição do portfólio da empresa, em que produtos para dor e antigripais somam 35% das vendas.
O Citi também aponta um enfraquecimento das compras institucionais, sobretudo no mercado público, o que deve limitar a alavancagem operacional. Além disso, o banco estima que os descontos permanecem elevados, em torno de R$ 250 milhões por trimestre, refletindo a concorrência acirrada.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
Apesar de considerar o múltiplo de 7,3 vezes preço sobre lucro projetado para 2026 “atraente a longo prazo”, o Citi vê poucos catalisadores de curto prazo e risco de revisão negativa das estimativas de consenso. Há ainda rumores sobre a possível saída de um investidor estratégico, fator que poderia pressionar o papel no horizonte próximo.
Diante desse cenário e de condições macroeconômicas menos favoráveis, o banco reduziu suas projeções de lucro para 2025 e 2026, o que resultou em expectativas mais baixas de receita e margem para a farmacêutica.