Coinbase reforça segurança interna após tentativas de hackers norte-coreanos como trabalhadores remotos

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A Coinbase, terceira maior corretora de criptomoedas em volume global, decidiu endurecer seus protocolos de segurança depois de identificar investidas de hackers norte-coreanos que tentavam se empregar remotamente na companhia para acessar sistemas sensíveis.

O diretor-executivo Brian Armstrong revelou as novas medidas durante participação no podcast “Cheeky Pint”, apresentado por John Collins, na quinta-feira (data não informada). Entre as mudanças, todos os colaboradores passarão por treinamento presencial nos Estados Unidos. Já profissionais com acesso a informações críticas precisarão ter cidadania norte-americana e fornecer impressões digitais.

“A República Popular Democrática da Coreia está muito interessada em roubar criptomoedas”, afirmou Armstrong. Segundo ele, cerca de 500 novos especialistas formados a cada trimestre no país asiático teriam a missão de infiltrar empresas do setor. O executivo observou ainda que muitos desses operadores agem sob coerção, com familiares sob ameaça do regime.

Ataques recorrentes

O alerta da Coinbase ocorre em meio ao crescimento da atividade cibernética atribuída à Coreia do Norte. Em junho, quatro desenvolvedores vinculados ao regime se infiltraram como freelancers em diversas startups de criptoativos, roubando, no total, US$ 900 mil.

Vazamento e risco físico

Três meses antes dos novos anúncios, em 15 de maio, a corretora confirmou um vazamento de dados que atingiu menos de 1% de sua base mensal de usuários transacionando, mas que pode gerar até US$ 400 milhões em ressarcimentos. O empreendedor Michael Arrington, fundador da TechCrunch e da Arrington Capital, alertou que o incidente expôs endereços residenciais e saldos de contas, colocando clientes em risco de ataques físicos.

Imagem: Trader Iniciante 2 (16)

Alvo preferencial de golpes

Relatório da Mailsuite indica que a Coinbase foi a marca de criptomoedas norte-americana mais utilizada em tentativas de phishing em 2024, aparecendo em 416 golpes registrados nos últimos quatro anos. Considerando todas as empresas dos Estados Unidos, a Meta liderou o ranking, citada em 10.457 casos, seguida pelo Serviço de Receita Interna (IRS), com 9.762.

Com a adoção das novas exigências de treinamento presencial, cidadania e coleta de digitais, a Coinbase pretende limitar as portas de entrada para agentes estrangeiros e reduzir o risco de novos ataques.