As filas nas lojas nesta quarta-feira, 24 de dezembro, devem se repetir mais uma vez. Na pressa de garantir o presente de Natal, muitos consumidores podem comprometer o orçamento dos próximos meses, alertam especialistas em educação financeira.
De acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), 27% dos brasileiros ainda não decidiram se vão presentear familiares neste Natal, enquanto 32% optaram por não comprar nada. O levantamento mostra que apenas 3,5% planejam as compras antes de dezembro e 16% deixam tudo para a semana da festa.
O contador e educador financeiro André Charone recomenda que, mesmo em cima da hora, o consumidor fixe um valor global que caiba no bolso antes de sair às compras. Charone sugere limitar o gasto com presentes a 10% da renda mensal, especialmente para quem já possui dívidas ou prestações em aberto. Entre os entrevistados pela FGV que pretendem comprar presentes, quase metade declarou um orçamento entre R$ 51 e R$ 300.
Práticas como o amigo-secreto podem ajudar, segundo ele, porque o grupo geralmente estabelece um teto para o valor do presente, evitando exageros individuais.
A tentação de dividir a compra no cartão de crédito é um dos principais perigos nesta reta final, avalia Thaíne Clemente, gerente de crédito da fintech Simplic. A taxa média de juros do rotativo do cartão pode chegar a 800% ao ano quando o cliente paga apenas o mínimo da fatura. “Se já existem outras dívidas, mais uma parcela pode virar efeito bola de neve”, observa.
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Clemente e Charone orientam priorizar pagamentos à vista e evitar tanto o cheque especial quanto o crédito rotativo. O parcelamento só deve ser considerado quando há controle rigoroso das finanças, reforçam.
Na falta de tempo, o risco de cair em ofertas enganosas aumenta. Especialistas recomendam comparar preços, verificar a reputação das lojas e desconfiar de descontos muito abaixo do mercado antes de fechar a compra.
Sem o devido planejamento, lembram os consultores, as compras de última hora podem pressionar o orçamento logo em janeiro, mês que concentra despesas como IPVA, IPTU e material escolar.