Consumidor também deve agir contra crise climática, afirma responsável pela COP30

Mercado Financeiro16 horas atrás10 pontos de vista

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Brasília – A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, declarou que o combate às mudanças climáticas não depende apenas de governantes e empresas: “A escolha de produtos sustentáveis pelos consumidores faz parte da solução”, disse ela em entrevista ao videocast C-Level, da Folha.

Segundo Toni, cada edição da Conferência da ONU sobre Clima costuma ser tratada como “bala de prata”, mas o avanço real ocorre nas decisões tomadas diariamente por parlamentares, gestores públicos e cidadãos.

Geopolítica e conflitos dificultam transições

O evento global será realizado em Belém, em novembro de 2025. Para a executiva, o maior obstáculo desde o anúncio, em maio de 2023, vem de tensões internacionais: guerras comerciais, tarifárias e militares que alteraram o cenário político e econômico em menos de dois anos.

Planos nacionais e metas contra fósseis

Toni defende que todos os países apresentem roteiros claros para reduzir emissões em setores como energia, agricultura e desmatamento. No Brasil, ela avalia que o debate sobre derrubada de florestas amadureceu, mas a discussão sobre afastar-se dos combustíveis fósseis ainda avança lentamente.

Financiamento de US$ 1,3 trilhão

A executiva afirma que o montante estimado para apoiar nações em desenvolvimento existe na economia global, faltando decisão política para liberá-lo. Ela cita a mobilização de recursos na pandemia de Covid-19 como exemplo de resposta rápida que poderia ser repetida na crise climática.

Bancos multilaterais e troca de dívidas

Entre as alternativas em debate no Ministério da Fazenda estão o aumento da alavancagem dos bancos multilaterais e a conversão de dívidas soberanas em investimentos de adaptação e mitigação.

Pé no acelerador: renováveis versus fósseis

Embora investimentos em energia solar e eólica cresçam, o consumo de petróleo e gás segue alto. Para Toni, retirar subsídios de combustíveis fósseis ajudaria a tornar renováveis ainda mais competitivas. Ela classificou como contraditório o Congresso autorizar novos contratos para usinas a carvão até 2040.

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Imagem: redir.folha.com.br

Urgência da transição

A economista considera a mudança para uma economia de baixo carbono irreversível, mas alerta que o tempo é curto. “É preciso dialogar com a população e mostrar que já existem produtos acessíveis, como carros híbridos e painéis solares”, afirmou.

Três resultados esperados em Belém

Para evitar frustração na COP30, Toni lista três pontos: proteção de florestas e oceanos, políticas de adaptação a desastres climáticos e integração entre crescimento econômico e ação ambiental.

Participação de petroleiras

Questionada sobre o lobby do setor de óleo e gás, a CEO defendeu a presença de produtores nas negociações, desde que o processo seja transparente e inclua todos os setores da sociedade.

Ana Toni, 61, nasceu em São Paulo, é doutora em ciência política pela UERJ e foi diretora do Instituto Clima e Sociedade antes de assumir a secretaria de Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente. Ex-presidente do conselho do Greenpeace Internacional, ela comanda a preparação do encontro que reunirá líderes globais na capital paraense em 2025.

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