Correios asseguram empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos; primeira parcela cai na conta na próxima segunda-feira

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Os Correios assinaram na sexta-feira (26) contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com um consórcio formado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander. O extrato da operação foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na manhã de sábado (27).

Do total contratado, R$ 10 bilhões serão liberados ainda em 2025, enquanto os R$ 2 bilhões restantes chegarão até o fim de janeiro de 2026. A primeira parcela deve entrar no caixa da estatal já na próxima segunda-feira (29).

Garantia da União e condições financeiras

O financiamento conta com garantia do Tesouro Nacional, condição que reduz praticamente a zero o risco para as instituições financeiras. A taxa negociada ficou em 115% do CDI, abaixo do limite de 120% estipulado pelo Tesouro para conceder o aval soberano.

O contrato estabelece prazo total de 15 anos, com carência de três anos para o início dos pagamentos. Banco do Brasil, Caixa e Bradesco emprestarão R$ 3 bilhões cada; Itaú e Santander, R$ 1,5 bilhão cada.

Negociação e rejeição de proposta anterior

Inicialmente, os Correios buscavam um crédito de R$ 20 bilhões. Uma oferta nesse valor chegou a ser apresentada por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra, mas foi vetada pelo Tesouro devido à taxa de 136% do CDI, que adicionaria cerca de R$ 5 bilhões ao custo total.

Com a redução do montante para R$ 12 bilhões e a melhora das condições, o Ministério da Fazenda autorizou a garantia após a edição de decreto que permitiu avaliar o pedido levando em conta medidas futuras de aumento de receitas e corte de despesas previstas no plano de reestruturação da empresa.

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Imagem: redir.folha.com.br

Exceção inédita desde o governo Dilma

É a primeira vez, desde o governo Dilma Rousseff, que a Fazenda concede exceção para aval soberano em empréstimo. Paralelamente, o Conselho Monetário Nacional aprovou limite específico de R$ 12 bilhões para a contratação, medida necessária porque o espaço de crédito do setor público estava praticamente esgotado.

Próximos passos e necessidade de novos recursos

Como o valor obtido ficou abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente previstos, a estatal deverá buscar novo financiamento ou aporte do Tesouro em 2026 para dar continuidade ao plano de reestruturação.

Entre as ações programadas estão a regularização de dívidas com fornecedores e bancos, um programa de demissão voluntária destinado a 15 mil empregados entre 2026 e 2027, além da revisão de cargos, salários e do plano de saúde.

Negociação trabalhista e greve

Em paralelo, a empresa negocia novo acordo coletivo de trabalho. A proposta de limitar cláusulas consideradas de alto custo foi rejeitada pelos trabalhadores, que deflagraram greve nacional. O impasse deve ser julgado em dissídio coletivo pelo Tribunal Superior do Trabalho na terça-feira (30).

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