Brasília — O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou nesta segunda-feira (29) que a estatal precisará levantar mais R$ 8 bilhões em 2026 para cumprir o cronograma de reestruturação financeira. Segundo ele, ainda não está definido se o montante virá por meio de novo empréstimo ou de aporte direto do Tesouro Nacional.
A empresa já assinou contrato de financiamento de R$ 12 bilhões com um consórcio formado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander. O pedido inicial era de R$ 20 bilhões. “Permanece a necessidade de captação de R$ 8 bilhões”, disse Rondon ao detalhar o plano de recuperação.
Para retornar ao equilíbrio das contas a partir de 2027, o plano prevê:
A expectativa é economizar até R$ 4,2 bilhões por ano quando todas as medidas estiverem maduras, o que deve ocorrer em 2029. Antes disso, os ganhos serão graduais devido aos custos de incentivos ao PDV e de ajustes no plano de saúde.
O contrato de R$ 12 bilhões, assinado na sexta-feira (26) e publicado no Diário Oficial da União no sábado (27), tem garantia do Tesouro Nacional. O custo ficou em 115% do CDI, abaixo do limite de 120% fixado pelo governo, e o prazo total é de 15 anos, com carência de três anos para início dos pagamentos.
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Do total, Banco do Brasil e Caixa aportarão R$ 3 bilhões cada; Bradesco, Itaú e Santander financiarão R$ 1,5 bilhão cada. A operação é vista como uma ponte até que a companhia estabilize o fluxo de caixa.
Os Correios também buscam parcerias com o setor privado e avaliam, no futuro, abrir o capital e se transformar em sociedade de economia mista, mantendo o controle da União, modelo semelhante ao de Petrobras e Banco do Brasil.
Em 19 de dezembro, a estatal conseguiu pagar pontualmente o 13º salário dos empregados, mas precisou postergar outras despesas enquanto aguardava a liberação dos recursos bancários.