Correios fecham empréstimo de R$ 12 bilhões com custo de 115% do CDI

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O empréstimo de R$ 12 bilhões que os Correios pretendem contratar junto a cinco grandes bancos terá custo equivalente a 115% do CDI, taxa que fica abaixo do teto de 120% do CDI estipulado pelo Tesouro Nacional para operações com garantia da União.

O percentual já inclui uma remuneração de 2% cobrada pelas instituições financeiras pela estruturação da operação. O prazo para envio das propostas à estatal terminou ontem.

Participação dos bancos

Participarão do financiamento Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander. A entrada da Caixa foi decisiva para reduzir a taxa ao patamar aceito pelo Tesouro. Bradesco, Itaú e Santander aderiram apenas na fase final das negociações, depois de terem ficado fora da oferta inicial.

Primeira rodada superou teto

Na primeira tentativa, quando os Correios buscavam R$ 20 bilhões, Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra propuseram custo de 136% do CDI, acima do limite federal. O conselho de administração da empresa chegou a aprovar a contratação, mas o Tesouro recusou conceder a garantia da União.

Condições do novo empréstimo

A estrutura atual prevê prazo total de 15 anos, com três anos de carência para início dos pagamentos. O pedido formal de garantia da União deve ser encaminhado à Secretaria do Tesouro Nacional até segunda-feira.

Situação financeira da estatal

Os Correios registraram prejuízo de R$ 6 bilhões de janeiro a setembro e buscavam originalmente R$ 20 bilhões para recompor fluxo de caixa e honrar compromissos imediatos. Diante do custo elevado, a empresa admitiu realizar mais de uma captação.

Plano de reestruturação

Para obter a garantia federal, a estatal apresentou plano que inclui novos modelos de negócio, diversificação de receitas e contenção de despesas. Entre as medidas, está um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para 15 mil funcionários — 10 mil em 2026 e 5 mil em 2027 — com estimativa de economia anual de R$ 1,4 bilhão a partir de 2027 e retorno do investimento em cerca de nove meses.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, condicionou o aval à aprovação desse plano. Nesta semana, o governo publicou decreto que autoriza estatais em risco de dependência do Tesouro a apresentar projetos de reestruturação; qualquer operação com garantia da União deverá estar prevista nesses documentos e demonstrar capacidade de pagamento.

As negociações entre governo, Correios e bancos se estenderam por várias semanas, culminando na taxa final de 115% do CDI, dentro do limite exigido pelo Tesouro e considerada viável para viabilizar o financiamento.

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