Correios planejam transferir imóveis à Emgea para acelerar desinvestimento e reforçar caixa

Mercado Financeiro2 minutos atrás6 pontos de vista

Oferta - Clique na Imagem

Brasília – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos estuda repassar parte de seu patrimônio imobiliário à Emgea (Empresa Gestora de Ativos), estatal responsável por administrar créditos da Caixa Econômica Federal, a fim de obter recursos imediatos e agilizar a venda desses bens.

Três pessoas envolvidas nas conversas confirmaram que a operação pode compor o plano de reestruturação dos Correios, etapa considerada essencial para viabilizar a contratação de empréstimos de R$ 20 bilhões destinados a manter o fôlego financeiro da companhia em 2025 e 2026.

Como funcionaria a operação

Desde 30 de outubro, executivos das duas empresas discutem o modelo. A proposta prevê:

  • transferência de um conjunto de imóveis dos Correios para a Emgea;
  • pagamento antecipado pela Emgea de 20% a 30% do valor de avaliação dos bens;
  • prazo para a Emgea estruturar a venda direta ou via fundo imobiliário por preço previamente definido;
  • comissão de desempenho para a Emgea caso o valor de venda supere a referência, variável conforme a dificuldade de comercialização;
  • pagamentos adicionais aos Correios conforme a alienação das propriedades.

Os imóveis em uso avaliados entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões são o foco inicial. A estatal ainda precisa selecionar os ativos e classificá-los por atratividade antes de definir a arrecadação potencial no curto prazo.

Capacidade financeira da Emgea

Criada em 2001, a Emgea administra créditos do FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais). Em 2024, recebeu R$ 5,1 bilhões em créditos do fundo; no primeiro semestre de 2025, outros R$ 1,6 bilhão. A empresa encerrou junho com caixa de R$ 2,6 bilhões, montante que pode ser usado no acordo com os Correios.

Alternativas avaliadas

Paralelamente, os Correios analisam, com apoio da Caixa, a criação de um fundo imobiliário. Nesse modelo, os imóveis ociosos seriam vendidos a investidores, ou ainda realizados em regime de sale-leaseback, no qual a estatal continuaria ocupando os prédios mediante pagamento de aluguel, transferindo a terceiros gastos de manutenção.

Correios planejam transferir imóveis à Emgea para acelerar desinvestimento e reforçar caixa - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Próximos passos

A meta é fechar os detalhes do plano de reestruturação em até duas semanas, mesmo prazo estabelecido para a nova rodada de negociações do empréstimo de R$ 20 bilhões. Na primeira tentativa, um sindicato formado por Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil aceitou conceder o crédito, mas com juros considerados altos. O relançamento da operação busca atrair mais bancos e reduzir o custo da dívida.

Em nota, os Correios informaram que o plano de reestruturação prevê “programa de desinvestimento de ativos que hoje não têm uso ótimo” e que a carteira imobiliária passa por avaliação. A Emgea não comentou.

A expectativa de participantes das tratativas é concluir a estruturação da operação com a Emgea até o início de 2026.

0 Votes: 0 Upvotes, 0 Downvotes (0 Points)

Oferta - Clique na Imagem

Deixe um Comentário

Siga-nos!
Pesquisar tendência
Redação
carregamento

Entrar em 3 segundos...

Inscrever-se 3 segundos...