Possível redução de juros nos EUA alivia Banco Central, mas Selic deve continuar em 15%, afirmam economistas

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Economistas avaliam que um corte na taxa básica dos Estados Unidos, cogitado pelo Federal Reserve para 17 de setembro, pode facilitar o trabalho do Banco Central brasileiro no combate à inflação, mas não antecipa uma redução da Selic, hoje em 15% ao ano.

Na sexta-feira (22), o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a autoridade monetária norte-americana pode baixar os juros, atualmente entre 4,25% e 4,5%. A sinalização derrubou o dólar e impulsionou a Bolsa brasileira.

Mercado reage

Por volta das 12h, o dólar recuava 1,51%, cotado a R$ 5,414, enquanto o Ibovespa avançava 2,15%, alcançando 137.405 pontos.

Expectativas sobre inflação

Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a fala de Powell sugere que o Fed vê a inflação nos EUA como temporária e detecta sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, justificando o afrouxamento monetário.

Adriana Dupita, economista da Bloomberg Economics, destaca que a possibilidade de queda dos juros americanos amplia o diferencial em relação ao Brasil, favorecendo o real e atraindo capital para renda fixa. Mesmo assim, ela afirma que o Copom só cogitará reduzir a Selic quando a inflação e as expectativas estiverem mais próximas da meta de 3%.

Nos 12 meses até julho, o IPCA acumulou alta de 5,23%, acima do teto da meta de 4,5%. O Boletim Focus projeta inflação de 4,95% para 2025 e de 4,40% para 2026, ano em que a Selic poderia cair para 12,50%.

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Imagem: redir.folha.com.br

Efeitos do câmbio

Segundo o economista André Perfeito, a valorização do real ajuda a conter a inflação, mas prejudica setores exportadores. “Não é o real que está forte, e sim o dólar que está fraco”, afirma, atribuindo a fraqueza da moeda americana à política do presidente Donald Trump.

Pressão sobre o Fed

Trump vem pressionando o Fed por um corte de três pontos percentuais. Mesmo assim, o banco central norte-americano manteve a taxa inalterada em cinco reuniões consecutivas desde dezembro do ano passado, antes da posse do republicano.

Economistas ouvidos concordam que, embora um recuo dos juros nos EUA alivie parte da pressão cambial, o Banco Central brasileiro ainda depende de sinais mais claros de desaceleração dos preços para iniciar qualquer ciclo de afrouxamento na Selic.

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