Uma série exibida pela rede norte-americana FOX Business revisitou as consequências de políticas socialistas na Europa e destacou o caso da Suécia, onde, segundo economistas e ex-integrantes do governo, o experimento acarretou desequilíbrio fiscal e forte retração econômica.
Na década de 1980, os gastos estatais suecos ultrapassaram o tamanho do setor privado. A situação chegou ao limite em 1992, quando o Riksbank, o banco central do país, elevou a taxa de juros para 500% numa tentativa de proteger a coroa sueca.
O ex-ministro das Finanças Kjell-Olof Feldt, representante do Partido Social-Democrata que havia implementado parte das medidas, reconheceu o insucesso. “Todo esse negócio de social-democracia foi absolutamente impossível. Simplesmente não funcionou. Não havia outro caminho além da reforma de mercado”, declarou.
De acordo com o economista nascido na Suécia Tomas Philipson, a crise obrigou o país a revisar áreas como educação, saúde e previdência. “O que se viu foi uma mudança significativa para modelos mais orientados pelo setor privado”, afirmou.
A discussão ganhou repercussão nos EUA após o senador Bernie Sanders citar, em 2015, países nórdicos como referência: “Devemos olhar para Dinamarca, Suécia e Noruega e aprender com o que conquistaram para sua classe trabalhadora”, disse durante o primeiro debate das primárias democratas daquele ano.
Imagem: David Asman FOXBusiness via foxbusiness.com
A série também mencionou o Reino Unido. O apresentador Stuart Varney relembrou que, antes da chegada de Margaret Thatcher ao poder, setores como carvão, água, ferrovias, eletricidade, parte do transporte rodoviário e produção automobilística estavam sob controle estatal. “Eles levaram tudo à falência, mas foi tão ruim que Thatcher entrou em cena”, afirmou.
Famosa por seu programa de privatizações, a ex-primeira-ministra britânica costumava dizer: “O problema do socialismo é que, cedo ou tarde, o dinheiro dos outros acaba”.
As reflexões sobre a experiência sueca e britânica alimentam o debate norte-americano sobre o papel do Estado na economia, tema que volta a ganhar força em ano eleitoral.