Crypto.com forma equipe interna de market making para reforçar liquidez em mercados de previsão

A exchange de criptomoedas Crypto.com está estruturando uma equipe interna de market making como parte de sua expansão para mercados de previsão, que negociam contratos vinculados a resultados de eventos esportivos.

De acordo com reportagem da Bloomberg publicada na terça-feira (18), a empresa abriu vaga para um trader quantitativo responsável por comprar e vender esses contratos em sua plataforma de derivativos na América do Norte.

Reguladores informados e igualdade de condições

Em nota ao Cointelegraph, um porta-voz da Crypto.com afirmou que a operação é “totalmente divulgada” à Commodity Futures Trading Commission (CFTC) dos Estados Unidos. Segundo a empresa, tanto market makers internos quanto externos seguem as mesmas regras e não têm acesso antecipado a dados proprietários ou ao fluxo de ordens dos clientes.

“Quanto mais competição e liquidez na plataforma, melhor a experiência para o usuário”, disse o representante. Ele acrescentou que a exchange não depende de trading próprio como fonte de receita: “Nosso modelo é simples, cobramos taxa para dar acesso a ativos digitais e permanecemos neutros em risco”.

Imagem: cointelegraph.com

Prática comum no setor

O uso de market makers em mercados de previsão não é exclusivo da Crypto.com. A Bloomberg destacou que:

• Kalshi, operadora de contratos de eventos regulada nos EUA, conta com market makers designados; a empresa de trading quantitativo Susquehanna International Group presta esse serviço desde 2024.
• Polymarket, plataforma descentralizada que ganhou visibilidade durante a eleição presidencial norte-americana, também está formando sua própria unidade de market making. Os volumes mensais da Polymarket aumentaram à medida que se aproximava o pleito de 2024.

A formação de equipes internas para prover liquidez tem despertado debate sobre possíveis conflitos de interesse, já que as exchanges podem negociar nos mesmos mercados que seus clientes. A Crypto.com afirma que suas operações seguem normas federais e visam apenas melhorar a profundidade dos livros de ordens.