Os setores de tecnologia e saúde ganharam espaço relevante na composição dos Real Estate Investment Trusts (REITs) e alteraram a dinâmica desse mercado, historicamente dominado por shoppings e escritórios. O tema foi discutido nesta quinta-feira (24) durante o XP Global Reits & FIIs Summit, que reuniu representantes da Nareit (National Association of Real Estate Investment Trusts), da EPRA (European Public Real Estate Association) e executivos do segmento imobiliário brasileiro.
Segundo Steve Wechsler, CEO da Nareit, ativos ligados à digitalização da economia — telecomunicações, data centers, health care e self storage — registraram crescimento expressivo na carteira dos REITs entre 2010 e 2025. “Hoje, alguns dos maiores REITs estão posicionados em infraestrutura de nuvem, com prédios espalhados pelo mundo para armazenar dados. O valor dessas propriedades se tornou altíssimo”, afirmou.
Wechsler destacou ainda que o avanço da inteligência artificial tende a elevar a demanda por data centers, o que reforça a atratividade dos REITs como porta de entrada para setores tecnológicos complexos e de alto valor agregado.
O executivo lembrou que, em 2000, ativos de saúde representavam 4,5% dos REITs. A projeção para 2025 indica participação superior a 10%, impulsionada pelo envelhecimento populacional, pelo crescimento de serviços médicos especializados e pela necessidade de infraestrutura moderna e escalável.
Na Europa, a mesma tendência se confirma. Dominique Moerenhout, CEO da EPRA, afirmou que investidores estão direcionando recursos para REITs com foco definido, em vez de veículos amplamente diversificados. “Os investidores gostam de saber exatamente o que estão comprando. Especialização virou sinônimo de confiança”, disse.
Imagem: infomoney.com.br
Com a ascensão de data centers, telecomunicações e saúde, os REITs passam a refletir a transformação estrutural da economia, cada vez mais digital e orientada para serviços essenciais.
Com informações de InfoMoney