Um artigo assinado por Kevin Rusher, fundador da RAAC, publicado no Cointelegraph, sustenta que a participação de gestores tradicionais — chamados pelo autor de “suitcoiners” — pode impulsionar o desenvolvimento das finanças descentralizadas (DeFi).
Quinze anos após o lançamento do Bitcoin (BTC), a BlackRock tornou-se o segundo maior detentor do ativo, atrás apenas do criador Satoshi Nakamoto. O ETF spot de Bitcoin da gestora alcançou US$ 70 bilhões em ativos sob gestão, registrando o crescimento mais rápido da história dos ETFs, segundo o texto.
A adoção, entretanto, ainda enfrenta desconfiança. Dados citados por Rusher mostram que 38% dos não investidores em cripto afirmam que jamais entrarão no mercado por causa da volatilidade e da falta de acesso. Nos Estados Unidos, a adesão caiu de 33% em 2022 para 28%, enquanto 63% dos entrevistados dizem não confiar nos produtos de investimento em cripto.
O autor destaca que as instituições já começam a alocar capital on-chain, especialmente em ativos do mundo real tokenizados (RWAs). A capitalização desse segmento ultrapassou US$ 24 bilhões, ante US$ 11,5 bilhões em junho de 2024. Os créditos privados representam 58% desse montante, seguidos pelos títulos do Tesouro dos EUA tokenizados, com 34%. A gestora VanEck projeta que o valor total de RWAs passe de US$ 50 bilhões até o fim de 2025.
Segundo Rusher, a entrada dos “suitcoiners” é motivada pela infraestrutura aberta do DeFi, maior liquidez e facilidade de negociação, e não por influenciadores ou manias de memecoins.
Relatório conjunto das plataformas Artemis e Vaults aponta a ascensão do conceito de “DeFi invisível”, em que protocolos como Morpho, Spark e Aave são integrados a aplicativos financeiros, corretoras e carteiras, ocultando a complexidade para o usuário final. O documento informa que, em junho de 2025, as plataformas de empréstimos colateralizados superaram US$ 50 bilhões em valor total bloqueado (TVL).
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Outro exemplo citado é a área de crédito da Coinbase: mais de US$ 300 milhões em empréstimos lastreados em BTC foram concedidos totalmente on-chain, sem que a maioria dos usuários perceba o uso da tecnologia blockchain.
Para o autor, o DeFi apresenta hoje experiência de uso aprimorada, estruturas prontas para compliance e retornos programáveis que podem superar benchmarks tradicionais. Combinadas à regulamentação mais clara, essas características abrem espaço para maior colaboração entre finanças tradicionais e descentralizadas, desde que o setor mantenha os princípios de descentralização.
Com informações de Cointelegraph