Degustador da Sabesp segue rotina rígida para avaliar sabor e odor da água

Mercado Financeiro5 minutos atrás6 pontos de vista

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O químico Eduardo Torres da Cunha, 43 anos, integra um grupo de cinco funcionários da Sabesp que, toda terça-feira, analisa sensorialmente amostras de água coletadas em reservatórios da região metropolitana de São Paulo.

As porções de 200 ml são recolhidas no dia anterior e avaliadas pela manhã, momento escolhido para evitar interferência de alimentos consumidos no almoço. O objetivo é identificar sabor e odor — especialmente o cloro, usado no tratamento — e verificar se esses elementos permanecem dentro dos limites aceitáveis.

Treinamento e normas

Cunha atua nesse tipo de exame desde 2008, três anos antes de o Ministério da Saúde tornar o monitoramento sensorial obrigatório. Com 24 anos de carreira na companhia, ele também participa de análises de compostos orgânicos, como pesticidas e agrotóxicos.

Qualquer empregado da Sabesp pode se candidatar à função. O treinamento dura dois dias e começa com exercícios de percepção de alimentos e águas minerais com sabores mais marcantes, reduzindo gradualmente a intensidade para apurar paladar e olfato. Hoje, 82 profissionais em todo o estado estão habilitados a realizar o procedimento.

Rotina antes dos testes

Na terça-feira dos ensaios, os degustadores seguem regras específicas: não escovar os dentes nos 30 minutos que antecedem o teste, evitar perfumes e cosméticos com cheiro forte e não fumar, pois o tabaco reduz a sensibilidade. Segundo Cunha, até o humor influencia; irritação ou tristeza podem tornar o avaliador mais crítico.

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Imagem: redir.folha.com.br

Para evitar viés, o químico prefere não saber a origem de cada amostra antes da análise. Ele afirma reconhecer características de diferentes sistemas de abastecimento e teme que essa familiaridade possa influenciar o julgamento.

O dia a dia fora do laboratório

O treinamento constante tornou Cunha mais atento a sabores e cheiros, o que costuma surpreender familiares e amigos. “Perguntam como consigo perceber essas diferenças”, relata.

Oportunidades na companhia

A Sabesp planeja abrir um programa de trainees ainda este ano, com possibilidade de vaga no laboratório sensorial. O salário médio de um químico na empresa varia de R$ 6.000 a R$ 11 mil, de acordo com a experiência.

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