Empresas nos Estados Unidos anunciaram 1.170.821 cortes de postos de trabalho entre janeiro e novembro de 2025, segundo levantamento da consultoria Challenger, Gray & Christmas. O número é 54% superior aos 761.358 desligamentos registrados no mesmo período de 2024 e representa o maior volume desde 2020, quando a pandemia de COVID-19 provocou 2.227.725 demissões até novembro.
Em novembro, foram anunciados 71.321 cortes, queda de 53% em relação aos 153.074 informados em outubro. Mesmo assim, o resultado supera em 24% as 57.727 demissões divulgadas em novembro do ano passado e marca a maior cifra para o mês desde 2022. Foi a oitava vez em 2025 que o total de cortes de um mês superou o do mesmo mês de 2024.
“Planos de demissão caíram no mês passado, o que é um sinal positivo. Ainda assim, novembro só ultrapassou 70 mil cortes duas vezes desde 2008: em 2022 e em 2008”, afirmou Andy Challenger, vice-presidente sênior da consultoria.
Desde 1993, esta é a sexta ocasião em que os cortes acumulados até novembro superam 1,1 milhão. O total de 2025 é o quinto maior da série, atrás apenas de 2020 (2,227 milhões), 2001 (1,957 milhão), 2002 (1,374 milhão) e 2009 (1,243 milhão).
Telecomunicações liderou as demissões em novembro, com 15.139 anúncios — maioria ligada à Verizon —, maior patamar mensal para o segmento desde abril de 2020. No acumulado do ano, o setor soma 38.035 cortes, alta de 268% em relação a 2024.
No setor de tecnologia, foram divulgadas 12.377 demissões em novembro, elevando o total de 2025 para 153.536, incremento de 17% frente ao ano anterior.
Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com
Alimentos, especialmente empresas de carne bovina, anunciaram 6.708 cortes no mês e 34.165 no ano, avanço de 26% sobre 2024.
Empresas de serviços informaram 5.509 cortes em novembro e 69.089 desde janeiro, expansão de 64% em comparação ao ano passado.
O varejo registrou 3.290 demissões em novembro, atingindo 91.954 no acumulado do ano, alta de 139% ante 2024.
Apesar da retração mensal, o volume de demissões anunciado até novembro indica que o mercado de trabalho norte-americano enfrenta o ritmo mais intenso de cortes desde o auge da crise sanitária.