Cinco senadores do Partido Democrata enviaram uma carta ao diretor da Federal Housing Finance Agency (FHFA), William Pulte, questionando a iniciativa que permite considerar saldos em criptomoedas na análise de risco de hipotecas para famílias nos Estados Unidos.
O documento, encaminhado na sexta-feira (28), é assinado por Jeff Merkley, Elizabeth Warren, Chris Van Hollen, Mazie Hirono e Bernie Sanders. Eles pedem que Pulte esclareça, até 7 de agosto, como pretende “avaliar plenamente os riscos e benefícios” da medida e seus impactos no mercado imobiliário e no sistema financeiro do país.
No mês passado, Pulte determinou que as compradoras de hipotecas Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) e Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation) elaborem uma proposta sobre como considerar ativos cripto em avaliações de risco, sem necessidade de conversão para dólares.
A FHFA supervisiona ambas as entidades desde 2008, quando foram colocadas sob tutela federal após o colapso do mercado de hipotecas subprime.
Os senadores afirmam que a inclusão de criptomoedas pode impor “riscos desnecessários” aos consumidores e comprometer a segurança do mercado imobiliário. Atualmente, políticas de financiamento respaldadas pelo governo federal só permitem a consideração de criptoativos depois de convertidos em moeda fiduciária.
O grupo cita a alta volatilidade, possíveis dificuldades de liquidez e vulnerabilidade a golpes, ataques cibernéticos e furtos como fatores que poderiam aumentar a probabilidade de inadimplência.
O texto manifesta preocupação com eventuais conflitos de interesse envolvendo pessoas ligadas ao setor cripto, entre elas o ex-presidente Donald Trump e familiares, que mantêm participação em plataformas de negociação, stablecoins, mineração e tokens não fungíveis (NFTs).
Imagem: cointelegraph.com
A carta também menciona declarações financeiras que atribuem à esposa de Pulte até US$ 2 milhões em criptomoedas. Os parlamentares questionam a exigência de aprovação dos conselhos de Fannie Mae e Freddie Mac — presididos pelo próprio Pulte — para qualquer mudança, alegando que os colegiados teriam sido “aparelhados” com aliados da indústria.
Os signatários solicitam detalhes sobre:
Os senadores lembram que, em 2023, três bancos foram à falência em parte devido à exposição a negócios com criptomoedas e que, em 2021, a própria Fannie Mae classificou o uso de cripto como garantia ou meio de pagamento como a aplicação “menos atraente” da tecnologia blockchain no setor.
Os parlamentares aguardam a resposta de Pulte para decidir sobre possíveis desdobramentos legislativos ou medidas de supervisão.
Com informações de Cointelegraph