Desaceleração econômica e alta nos alimentos elevam pressão sobre governo Lula e Congresso em 2025

Trader Iniciante - RedaçãoTrader Iniciante - RedaçãoMercado Financeiro51 minutos atrás6 pontos de vista

Anúncio

A agenda política de 2025 tem sido dominada pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo chamado “tarifaço” imposto pelo governo de Donald Trump. Nesse cenário, questões econômicas de impacto direto sobre o Planalto e o Legislativo acabam recebendo menor atenção, embora mostrem sinais de deterioração.

Inflação de alimentos persiste

Depois de superar 8% ao ano em 2024, a inflação dos alimentos recuou, mas ainda se mantém em 7,1% nos 12 meses encerrados mais recentemente, de acordo com o IBGE. Em março, diante do encarecimento do ovo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu encontrar o “pilantra” responsável pelos preços elevados, sem apresentar resultados concretos.

Problemas globais de oferta, altas nos preços de carne e café e a valorização do dólar, estimulada por incertezas fiscais, sustentam a pressão sobre o custo da comida.

Poder de compra comprimido

Entre 2019 e 2025, o salário médio nominal subiu 53,2%, frente a uma alta de 40,2% no IPCA. No mesmo período, porém, os preços dos alimentos avançaram 68,1%, corroendo o ganho real das famílias de renda mais baixa.

Juros elevados e crédito caro

As taxas de juros de contratos com prazo superior a dois anos recuam desde fevereiro, mas a taxa real de um ano segue próxima de 9,5% ao ano. Em março de 2024, antes da mudança da meta fiscal, estava em 6%. O encarecimento do crédito bancário freia a concessão de empréstimos e eleva a inadimplência.

PIB perde fôlego

No segundo trimestre, o comércio registrou queda de 1,7%, a indústria ficou praticamente estagnada e os serviços cresceram 1,1%. Os resultados sugerem que o crescimento do PIB deve desacelerar de 3,4% em 2024 para cerca de 2,3% em 2025.

O enfraquecimento da atividade ainda não se refletiu de forma expressiva no mercado de trabalho, efeito que costuma ocorrer com atraso e pode se materializar em 2026.

Desaceleração econômica e alta nos alimentos elevam pressão sobre governo Lula e Congresso em 2025 - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

Contenção de gastos e impasse no Congresso

O gasto federal aumentou 2,4% em termos reais no primeiro semestre, bem abaixo da expansão de 10,5% registrada no mesmo período de 2024. A execução mais lenta decorre da aprovação tardia do Orçamento, do parcelamento rigoroso das despesas, do adiamento no pagamento de precatórios e do receio de queda na arrecadação.

Menos recursos para emendas parlamentares, somados à pressão do Supremo Tribunal Federal para limitar irregularidades na distribuição desses recursos, alimentam insatisfações no Congresso. Além das emendas, ganham espaço debates sobre mudança de foro privilegiado, regulação de empresas de tecnologia e a atuação constante de grupos golpistas.

Impostos em debate

A crise em torno do IOF, que culminou em nova reação contrária a aumentos de impostos, encerrou o primeiro semestre e deve permanecer na pauta da campanha presidencial de 2026.

Combinados, inflação de alimentos, juros altos, desaceleração do PIB e restrições orçamentárias formam um pano de fundo econômico que tende a influenciar as decisões políticas no restante de 2025.

0 Votes: 0 Upvotes, 0 Downvotes (0 Points)

Anúncio

deixe uma resposta

Post anterior

Próxima postagem

Siga-nos!
Pesquisar tendência
Mais Vistos
carregamento

Entrar em 3 segundos...

Inscrever-se 3 segundos...