Rio de Janeiro — A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, informou o IBGE nesta quinta-feira (31). O resultado, o mais baixo da série iniciada em 2012, compara-se aos 7% registrados no período de janeiro a março.
Esta foi a primeira divulgação da Pnad Contínua após o instituto atualizar toda a série histórica. A revisão incorporou as projeções populacionais publicadas em 2024, baseadas no Censo Demográfico 2022 e em outras fontes, procedimento que o IBGE denomina reponderação.
Analistas consultados pela Bloomberg esperavam, em mediana, desemprego de 6% para o mesmo trimestre. As projeções variavam de 5,8% a 6,2%.
A Pnad utiliza amostras de domicílios representativas da população brasileira. Como o Censo 2022 contabilizou menos habitantes do que estimativas anteriores, o IBGE atualizou a ponderação dos dados para refletir melhor a realidade demográfica.
Segundo o instituto, o recuo do desemprego reflete a recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos, impulsionada por políticas de estímulo e pelo aquecimento da atividade econômica após a pandemia.
Economistas observam, porém, que o consumo sustentado pela geração de emprego e renda pode pressionar a inflação. Para conter preços, o Banco Central promoveu forte elevação da Selic, hoje em 15% ao ano, ciclo interrompido na quarta-feira (30). Juros elevados encarecem o crédito e podem dificultar novas contratações.
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Setores exportadores também acompanham com preocupação a nova sobretaxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, medida que empresários afirmam colocar em risco postos de trabalho nos segmentos afetados.
Com a reponderação concluída, o IBGE segue divulgando a Pnad Contínua normalmente, com a próxima leitura programada para os meses seguintes.
Com informações de Folha de S.Paulo