A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,8% no trimestre móvel encerrado em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30). O resultado representa a menor marca desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
O país contabilizava 6,3 milhões de pessoas desocupadas, recuo de 17,4% (menos 1,3 milhão) em relação ao trimestre anterior e de 15,4% (menos 1,1 milhão) na comparação anual. Já a população ocupada atingiu 102,3 milhões, novo recorde, com alta de 1,8% (mais 1,8 milhão) no trimestre e de 2,4% (mais 2,4 milhões) em 12 meses.
O nível de ocupação permaneceu no pico de 58,8% da população em idade de trabalhar, igualando o patamar observado no trimestre encerrado em novembro de 2024. A taxa composta de subutilização também renovou mínima, caindo para 14,4%.
O rendimento real habitual avançou para R$ 3.477, o maior da série, crescendo 1,1% frente ao trimestre anterior e 3,3% na base anual. A massa de rendimento real habitual alcançou R$ 351,2 bilhões, aumento de 2,9% e 5,9%, respectivamente.
No setor privado, o número de trabalhadores chegou a 52,6 milhões, alta de 1,3% no trimestre e 2,7% em um ano. Os empregados com carteira assinada somaram 39,0 milhões, recorde histórico, após avançar 0,9% e 3,7% nos mesmos comparativos. Já os empregados sem carteira subiram 2,6% no trimestre, totalizando 13,5 milhões, mas ficaram estáveis em 12 meses.
O emprego no setor público também bateu recorde, com 12,8 milhões de pessoas, crescimento de 5,0% no trimestre e 3,4% em um ano. Trabalhadores por conta própria chegaram a 25,8 milhões, avanço de 1,7% e 3,1%, respectivamente.
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A taxa de informalidade ficou em 37,8% da população ocupada (38,7 milhões de trabalhadores), levemente abaixo dos 38,0% registrados no trimestre encerrado em março e dos 38,7% de um ano antes.
Apesar do resultado favorável para o emprego, o aquecimento do mercado de trabalho mantém o Banco Central em alerta quanto ao risco de pressões inflacionárias. Na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 15% ao ano, a autarquia sinalizou a necessidade de juros elevados por um período prolongado e não descartou novas altas caso a inflação se afaste da meta de 3% ao ano.
Os analistas consultados pelo Valor Data projetavam taxa de 6% para o período; as estimativas variavam de 5,8% a 6,1%. O resultado final ficou, portanto, abaixo do centro das expectativas.
Com informações de Valor Investe