A dívida bruta do governo dos Estados Unidos superou pela primeira vez os US$ 37 trilhões na semana passada, enquanto a aprovação da One Big Beautiful Bill Act (OBBBA) abriu espaço para que o endividamento federal chegue a mais de US$ 41 trilhões.
O presidente Donald Trump sancionou a OBBBA em 4 de julho. A lei elevou em US$ 5 trilhões o limite de endividamento, prevenindo um impasse que era esperado para o fim do verão no Hemisfério Norte. Caso o teto não fosse ajustado, o país correria o risco de ficar inadimplente, o que poderia provocar turbulência nos mercados financeiros e elevar os juros cobrados sobre os títulos públicos.
Ao longo dos anos, tanto democratas quanto republicanos têm usado o limite da dívida como instrumento de pressão em negociações sobre gastos e impostos. Esse cenário de impasse já levou as três principais agências de classificação de risco a rebaixar a nota de crédito dos EUA desde 2011.
A inclusão do aumento do teto na OBBBA marcou a primeira vez em que o dispositivo foi aprovado por meio do processo de reconciliação orçamentária. Para Shai Akabas, vice-presidente de política econômica do Bipartisan Policy Center, isso demonstra que “nenhum dos partidos vê mais o teto como ferramenta eficaz de contenção fiscal”. Ele observa que o projeto pode acrescentar entre US$ 3 trilhões e US$ 4 trilhões à dívida.
Maya MacGuineas, presidente do Committee for a Responsible Federal Budget (CRFB), afirma que a combinação do maior aumento de teto da história com o projeto de reconciliação “mais caro já aprovado” revela a falta de seriedade do Congresso em relação à saúde fiscal do país.
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Apesar do aumento na arrecadação com tarifas, o déficit orçamentário dos EUA cresceu US$ 109 bilhões em comparação ao ano anterior, segundo dados oficiais.
Com o novo limite estabelecido em mais de US$ 41 trilhões, analistas estimam que o Congresso terá pelo menos dois anos até a necessidade de um novo ajuste. Entre as ideias discutidas para reformar o mecanismo estão a criação de uma comissão fiscal encarregada de propor cortes de gastos e o Responsible Budgeting Act, que permitiria suspender o teto em troca de votações específicas para redução da dívida.
Em 15 de agosto de 2025, o placar oficial da dívida mostrava US$ 37.089.430.594.354,58, valor que recai sobre os contribuintes norte-americanos.